Um espetáculo de austeridade

Já que o governo do PT não conseguiu ainda iniciar o prometido espetáculo do desenvolvimento brasileiro, bem que poderia aproveitar o tempo e desencadear um espetáculo de austeridade, mostrando ao país que está mesmo disposto a combater e conter, a qualquer custo, a já mundialmente famosa corrupção nacional. E poderia começar enviando ao Congresso Nacional projetos de lei visando a limpar a nossa legislação processual e penal dos muitos instrumentos protelatórios que levam os réus à impunidade, entre os quais o malfadado instituto da prescrição. Um dos exemplos maiores da fragilidade das nossas leis é o caso da roubalheira no Tribunal do Trabalho de São Paulo, comandada pelo juiz Lalau, por sinal o único preso até hoje, mas gozando do privilégio da prisão domiciliar. Passados todos esses anos, com o processo às vésperas da prescrição, a Justiça ainda discute para definir qual o tribunal competente para julgar a quadrilha. O governo, que tem conseguido aprovar emendas constitucionais impopulares, por certo também lograria rápida tramitação de propostas dessa natureza. Bastaria que o presidente Lula determinasse uma apuração rigorosa das denuncias envolvendo altas patentes da Receita Federal e formalizasse o seu apoio decidido à CPI do Banestado, para que ela logre pegar e mostrar à nação os responsáveis pelo maior escândalo financeiro da história do Brasil. Está na hora de acabar com essa história de só se botar na cadeia os ladrões de galinhas. Os milhões de brasileiros que depositam a sua confiança no Presidente não podem aceitar o festival de impunidade que continua a envolver o Brasil inteiro, e que acaba de nos colocar mais um ponto acima na lista dos países mais corruptos do mundo. Nem essa gaiatice de que exibir os figurões políticos, empresários e autoridades envolvidos na mutreta dos 30 bilhões de dólares traria a ingovernabilidade ao país.

Mau exemplo

Transitando pelas avenidas de Brasília com o carro em alta velocidade e ainda exibindo os vidros revestidos com película negra, o presidente da Republica comete falta gravíssima, segundo o Código Brasileiro do Trânsito, além de dar um mau exemplo aos demais cidadãos.

Turismo

Já chega aos R$ 250 mil o gasto dos deputados da Câmara Distrital de Brasília com viagens pelo país e pelo exterior, num festival de turismo pago pelos cofres públicos. Cada um leva diárias de US$ 350 quando o périplo é internacional. O deputado Odilon Aires (PMDB) tentou aprovar um projeto limitando essas vilegiaturas mas não logrou êxito.

Embaixadora?

Parece que o governo já encontrou uma saída honrosa para se livrar da ministra Benedita da Silva, a da reza cara. Cuida-se de arranjar uma embaixada para manda-la para bem longe. Para quem adora uma boa mordomia, nada melhor.

Viajou, perdeu

Pelo menos 40 mil dos 115 mil beneficiados com um dos programas paternalistas de distribuição de cestas básicas e dinheiro do governo do Distrito Federal foram excluídos porque recebiam o benefício de forma fraudulenta. O recadastramento feito pelo GDF mostrou situações das mais absurdas. Muitos dos ?necessitados? tinham casa de dois andaras e carro novo na garagem. Uma delas deixou de preencher o formulário do cadastro porque estava viajando em férias pela Europa.

Para o Timor

A partir de quinta-feira um novo contigente de 50 militares do Exército estará no Timor Leste, substituindo o grupo que lá se encontra desde o início do ano. Os nove oficiais e 41 cabos e soldados permanecerão naquele país por oito meses, integrando a missão de apoio das Nações Unidas.

Caro

O ministro da Justiça poderia explicar por que a Policia Federal cobra R$ 89,71 por um passaporte, quando o documento, fabricado pela Casa da Moeda, custa apenas R$ 5,91.

Livro

Amanhã à noite, na Churrascaria Porcão, em Miami, o jornalista Chico Moura, cearense pioneiro da imprensa brasileira nos Estados Unidos ? há 18 anos fundou o ?Florida Review? ? autografa ?Passagem de Taxi?, o livro em que conta suas histórias, vividas em quase trinta anos na terra de Tio Sam.

Exagerou

Ao comparar o presidente Lula com Simon Bolívar e José Marti, o senador Amir Lando (PMDB-RO) bem que exagerou na puxada.

Seleção

Elaborada a dedo a seleção dos filmes que os nossos deputados federais verão neste mês no Espaço Cultural da Câmara. Entre outros lá estão ?Prenda-me, Se For Capaz?, ?Carandiru?, ?Vida em Desequilíbrio?, ?Chicago? e ?Rosinha, Minha Sereia?.

Contas

Má notícia para o ex-prefeito de Pacajus, José Wilson Chaves. Ele terá que devolver aos cofres da União, dentro de 15 dias, a bagatela de R$ 113.096,00, acrescida de juros e correção monetária. É dinheiro desviado do FUNDEF. Menor é a conta do seu colega de Guaiuba, Iran Holanda Nogueira, condenado a devolver apenas R$ 18.388,66.

Afundou

Afundou mesmo a esperança do senador Luiz Otávio (PMDB-PA) de ganhar um empregão vitalício de ministro do Tribunal de Contas da União. Ele foi reprovado no quesito idoneidade moral e reputação ilibada, imposto no artigo 73 da ?cidadã?.

rangel cavalcante