31 de julho de 2025
Brasil e Poder

Lula, em entrevista ao final da visita a Moscou, disse que seu objetivo principal era a pauta comercial, avançar para compensar o déficit comercial e focar em novas energias, gás e pequenos reatores nucleares

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( Publicada originalmente às 11h 45 do  10/05/2025 )

(Brasília-DF, 12/05/2025) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Moscou, no encerramento de sua viagem por conta da celebração do Dia da Vitória, preferiu dar destaque, em entrevista coletiva antes de seguir para China, para a busca de um avanço do Brasil na pauta comercial pois ele entende que está muito deficitária na relação com a Rússia.

Lula ressaltou que uma das intenções das conversas bilaterais com o presidente russo, Vladimir Putin, foi trabalhar para equilibrar o déficit comercial entre as duas nações e de gerar oportunidades para o Brasil em setores como a transição energética e área de minerais críticos.

“Nós temos uma relação comercial deficitária aqui na Rússia. No fluxo de praticamente 12 bilhões de dólares anuais, nós temos quase 11 bilhões de déficit comercial. A minha vinda aqui foi para discutir comércio, para tentar equilibrar, porque trabalhamos com a ideia de que uma boa política comercial é uma via de duas mãos. A gente compra e a gente vende mais ou menos na mesma proporção para que ninguém seja prejudicado”, afirmou Lula.

Lula lembrou que a Rússia é um parceiro importante na questão de óleo e gás e em pequenos reatores nucleares, “uma novidade extraordinária para que a gente possa ter energia garantida para todo o sempre”, definiu o presidente. “Sabemos que em um país que quer ser a sétima, a sexta, a quinta economia do mundo, vai precisar de ter muita energia e garantia de que nunca vai faltar”, disse, lembrando que o sistema brasileiro de distribuição energética já está quase 100% integrado.

Para ampliar os canais de comércio, o presidente levou na comitiva ministros conectados ao setor de energia e ciência e tecnologia, retomou na conversa com os russos canais para instâncias de conversa em alto nível entre as duas nações e acordou a vinda de empresários e representantes russos para o Brasil nos próximos meses. Um dos focos no horizonte é a pesquisa e exploração dos chamados minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel, grafite, e elementos das terras raras, essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética.

“Nós temos a ideia de aumentar a nossa pesquisa e exploração de minerais críticos, porque só se fala nisso agora e achamos que o Brasil não pode jogar fora nenhuma oportunidade. A oportunidade da transição energética, dessa transição climática, desses minérios críticos, porque apenas 30% do nosso território já foi pesquisado, ainda falta muita coisa para pesquisar e nós queremos construir parceria com todos os países do mundo que têm expertise, para que a gente possa tirar proveito e para que o Brasil se transforme numa grande economia”, definiu Lula.

Comércio

Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Rússia atingiu recorde histórico, de US$ 12,4 bilhões (aumento de 9% em relação a 2023). Foram US$ 1,4 bilhão de exportações (aumento de 8% em relação a 2023) e US$ 11 bilhões de importações brasileiras (aumento de 9%). Atualmente, as exportações brasileiras se concentram em soja (33%), café não torrado (18%) e carne bovina (18%). As importações envolvem óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (57%) e adubos e fertilizantes químicos (34%).

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)