31 de julho de 2025
Brasil e Poder

Supremo Tribunal Federal, mesmo alegando que não busca popularidade, realizou encontro com influenciadores

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( Publicada originalmente às 15h 00 do dia 22/08/2024) 

(Brasília-DF, 23/08/2024) A maioria das pesquisas apontam que o Judiciário e o Supremo Tribunal Federal tem alta rejeição popular, especialmente cor conta do recente processo eleitoral em que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se consideram perseguidos.  O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso já declarou que a Suprema Corte não busca popularidade, no entanto ontem, 21, e hoje, 22, foi realizado na sede da Corte, aqui na Capital Federal, um evento voltado para relação com influenciadores, o “Leis e likes: o papel do Judiciário e a influência digital”.

No primeiro dia, segundo divulgou o Supremo. as 25 influenciadoras e influenciadores fizeram uma visita guiada dentro do Supremo, tiraram fotos com ministros e acompanharam o início da sessão plenária. Em um segundo momento, o grupo se reuniu no Salão Nobre do STF. A secretária de Comunicação do STF, Mariana Oliveira.

A secretária-geral do STF, Aline Osorio, ressaltou a importância da presença dos criadores de conteúdo na Casa. “As ações do Supremo impactam a vida de toda a sociedade. Por isso, é preciso falar a língua das pessoas sem ‘juridiquês’ e tentando explicar as decisões. O STF está de portas abertas”.

Em seguida, as influenciadoras e os influenciadores se apresentaram e contaram um pouco de suas trajetórias pessoais e profissionais. Luiza Brunet, que está entre as comunicadoras participantes do evento, falou em nome das mulheres vítimas de violência doméstica e agradeceu ao Tribunal pela iniciativa. “Muitas vezes as mulheres acham que a Justiça não chega até elas. Elas sentem medo e vergonha de entrar numa delegacia, que dirá em um tribunal. Obrigada por darem essa oportunidade para nós mulheres brasileiras”, declarou.

Rodrigo França, primeiro diretor negro de streaming no Brasil pela Netflix, disse que estava feliz por participar do evento. “Quando pensamos com o senso comum, questionamos que justiça é essa que encarcera tantos pretos. No meu caso, que sou negro, esse evento é importante para mostrar que, ao estarmos nesse Tribunal, podemos ter esperança de um comprometimento pela construção de uma sociedade melhor”, pontuou

O primeiro dia do encontro foi concluído com falas dos representantes do Instituto Vero, do grupo Redes Cordiais e da InternetLab. Ester Borges, pesquisadora da organização, fez a apresentação do Guia para Influenciadores nas Eleições, distribuído aos participantes, e falou da influência responsável durante o pleito

Segundo dia

O segundo dia do evento teve a presença dos ministros Luís Roberto Barroso (presidente), Edson Fachin, Cármen Lúcia e André Mendonça.

O primeiro painel, sobre “Como a influência digital pode aproximar a justiça da população”, contou com a participação do vice-presidente do STF, ministro Edson Fachin. Em relação à produção de conteúdo correto para a sociedade, o ministro declarou que não há atalho para prestar a devida informação. Na sua opinião, a informação correta, às vezes, toma mais tempo e requer mais esforço, “mas esse é o caminho adequado para que cada um exerça o direito e o dever de participar do movimento histórico e não ficar apenas na arquibancada, seja com virtudes, defeitos e possibilidade de corrigir falhas”.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, participou do segundo painel, com o tema “Como o trabalho da Justiça impacta a sociedade”. Barroso observou que é preciso reavivar a capacidade de comunicar pontos de vista diferentes em um mundo plural e reafirmou a necessidade de que a democratização da comunicação social “não faça o mundo despencar num abismo de desinformação, de maldade e de ódio”. O ministro também respondeu a perguntas dos influenciadores sobre diversos assuntos, como direitos humanos, paridade de gênero, equidade racial, liberdade de expressão e linguagem simples.

Também presente no evento, o ministro André Mendonça incentivou as influenciadoras e os influenciadores a continuarem exercendo seu papel social na internet, apesar dos problemas e incompreensões relatados por alguns.

“Há, aqui, várias correntes e perspectivas e, especialmente, a capacidade de influenciar o país todo de uma nova maneira. Um exercício bom é procurarmos ser instrumentos na busca de uma civilidade na sociedade”, finalizou.

Urna eletrônica

Ao final, os participantes tiveram a oportunidade de ver o funcionamento de uma urna eletrônica. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, que integra o STF, apresentou aos criadores de conteúdo recursos de segurança e acessibilidade da urna.

As ferramentas ajudam na autonomia e preservação total do sigilo do voto para pessoas com deficiência. Além do alerta sonoro emitido pela urna que indica o término da votação, eleitores cegos ou com baixa visão podem usar o Sistema Braile ou a sintetização de voz, a ser acessada com fones de ouvido no momento do voto. Outro recurso de acessibilidade é um vídeo com intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela, que dá informações aos eleitores com deficiência auditiva ou com baixa audição.

Sobre

O evento “Leis e likes: o papel do Judiciário e a influência digital” foi uma realização conjunta entre o STF, a organização Redes Cordiais e o Instituto VERO.

Integraram o grupo influenciadores digitais Afroragga; Aline de Assis; Atila Iamarino; Cainã, Cauê e Ynaê Morellato; Estevão Lopes; Fábio Cruz; Felipe Voigt; Flávia Paixão; Gis Corrêa; João Carlos Amador; Kananda Eller; Laryssa Schneider; Luiza Brunet; Mateus Silveira; Noslen Borges; Pastor Pedrão; Renan Quinalha; Rico Timm; Rodrigo França; Spartakus; Tawany Rocha; Tiele Miranda e Vitória Mesquita.   

( da redação com textos e informações do SF. Edição: Política Real)