31 de julho de 2025
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GUERRA: Ucrânia denuncia valas comuns e tortura em área retomada; Zelensky diz que deseja que o Mundo saiba o que a Rússia fez na Ucrânia

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(Brasília-DF, 16/09/2022) Nesta sexta-feira, 16, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, denunciou a descoberta de uma vala comum na cidade de Izium, no nordeste da Ucrânia. A área foi retomada das tropas russas há alguns dias. Nesta sexta-feira (16/09) a polícia da Ucrânia divulgou a descoberta de pelo menos dez locais usados para tortura em território recapturado das forças russas no nordeste do país.

À medida que as tropas ucranianas retomam faixas de território no nordeste, autoridades disseram temer descobrir crimes de guerra russos em áreas recém-libertadas. Durante uma coletiva de imprensa, o chefe de polícia da Ucrânia, Igor Klymenko, mencionou a presença de "pelo menos dez centros de tortura em assentamentos" na região de Kharkiv,, informou a agência de notícias Interfax.

Dois dos locais situam-se na cidade de Balakliya", no nordeste do país. Klymenko acrescentou que as autoridades abriram 204 processos criminais para investigar possíveis crimes de guerra cometidos pelas forças russas.

Hoje, no Facebook, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, divulgou que a Ucrânia está ocupando mais e mais espaço que antes estava ocupado.

“A partir de hoje, quase toda a região de Kharkiv é deokupovana. Esse foi um movimento sem precedentes dos nossos guerreiros. Ucranianos novamente conseguiram fazer o que muitos consideravam impossível.

O exército russo está na região de Kharkiv há mais de cinco meses. E durante esse tempo os invasores nem tentaram fazer nada pelo povo, mas só destruíram, levou embora. Deixou aldeias devastadas, e em algumas delas não há uma única casa intacta. A Rússia não pode trazer mais nada além de genocídio.”, disse.

"Rússia deixa morte por toda parte"

"Um sítio de sepultamento em massa foi encontrado em Izium, região de Kharkiv. As ações processuais necessárias já começaram no local", disse Zelenski em seu discurso noturno desta quinta-feira. "Queremos que o mundo saiba o que realmente está acontecendo e a que a ocupação russa levou. Bucha, Mariupol, agora, infelizmente, Izium. A Rússia deixa morte por toda parte. E deve ser responsabilizada por isso."

As forças de Moscou se retiraram de Izium e de outras partes da região de Kharkiv cerca de uma semana atrás após uma contraofensiva ucraniana que obrigou milhares de soldados russos a fugir.

Nessa quinta-feira, Serhiy Bolvinov, investigador-chefe da polícia da região de Kharkiv, declarou à emissora britânica Sky News que investigações forenses seriam realizadas em cada cadáver encontrado na vala comum.

Antes de começar a exumar os corpos, os investigadores examinaram o local com detectores de metal, para verificar se havia explosivos escondidos. "Posso dizer que é um dos maiores cemitérios numa grande cidade liberada", comentou Bolvinov: 440 corpos foram enterrados numa área, "alguns foram vítimas de fogo de artilharia, alguns de ataques aéreos".

Sepulturas sinalizadas com números

Repórteres das agências de notícias AP e AFP relataram ter visto centenas de sepulturas com simples cruzes de madeira, a maioria marcada apenas com números. Numa vala maior, uma placa indicava conter os corpos de 17 soldados ucranianos.

O chefe de gabinete de Zelenski, Andriy Yermak, acusou a Rússia de assassinato num tuíte sobre o local das valas comuns, e postou uma foto das cruzes de madeira rústicas.

A Rússia ainda não comentou a descoberta. O próprio Zelenski viajou a Izium na quarta-feira, onde assistiu ao hasteamento da bandeira ucraniana na prefeitura municipal.

O escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos informou nesta sexta-feira que planeja enviar uma equipe a Izium para averiguar as notícias sobre a existência de uma vala comum

"Nossos colegas na Ucrânia estão acompanhando essas alegações e pretendem organizar uma visita de monitoramento a Izium para determinar as circunstâncias da morte desses indivíduos", disse a porta-voz Elizabeth Throssell.

(da redação com DW,Reuters, AP, AFP, DPA. Edição: Genésio Araújo Jr.)