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- Contato Brasil, 21 de novembro de 2024 05:33:14
(Recife-PE) No primeiro grande teste político diante da sua base na Assembleia Legislativa, a votação da reforma administrativa, prevista para a próxima terça-feira, a governadora Raquel Lyra (PSDB) tende a levar a melhor. Mesmo com uma notável indisposição, em razão da falta de espaço no primeiro e segundo escalões, a maioria dos deputados estaduais tende a votar a favor. Em início de Governo, ninguém quer se indispor.
Mesmo contrariados, os que irão dar um voto de confiança na esperança de angariar “prestígio” com a tucana, que se traduz por cargos, no linguajar mais objetivo, passaram a ser conhecidos na Casa como integrantes do grupo dos adeptos do voto “gato” – votar para ganhar o leitinho. Achou engraçado? Tem mais! Os deputados criaram também o grupo do voto “serpente”, os que estão expelindo fogo pela boca, de raiva.
Estes são vistos em sua maior parte na bancada do PSB, que perdeu o poder depois de 16 anos, entre os filiados ao Solidariedade, partido pelo qual Marília Arraes disputou e perdeu a eleição para o Governo do Estado e entre os petistas, que não gostam da linhagem tucana. Mas tem também outra variante no parlamento pernambucano: os que integram a bancada do voto “cão”, o voto fiel, da fidelidade canina, hoje bastante escasso, porque os que formam esse grupo ainda não receberam nenhum “gesto palaciano”.
Por que os gatos adoram beber leite? É que o líquido branco os mantém hidratados. Adoram lamber o leite mais do que a própria água ou outras tantas coisas que mal tocam para beber ou comer. Pelo visto, na Assembleia os gatinhos estão desidratados, precisam de muito leite. Vão ser alimentados? É a pergunta mais frequente.
Parece que sim, mas terão que se contentar com cargos de terceiro escalão, porque pelo ritmo de nomeações da governadora, em atos rotineiros pelo Diário Oficial, o segundo escalão continua contemplando apenas técnicos que trabalharam na gestão da tucana em Caruaru, reforçando a tese de que o seu Governo é a República de Caruaru.
Razão da aprovação – O que corre nos bastidores da Assembleia Legislativa é que os deputados aprovarão com folga a reforma administrativa de Raquel porque incluíram na pauta da convocação extraordinária um penduricalho de interesse deles: auxílios-moradia, saúde e alimentação, através de projetos de resolução. Tudo isso, pasmem, dez dias após aumentarem os próprios salários de R$ 25.322,25 para R$ 29.469,99. Juntos, os três auxílios vão gerar um gasto extra de R$ 12.377,37, por cada um dos 49 deputados. Isso significa R$ 606.491,13 por mês para todo o Legislativo. Por ano, o valor chega a R$ 7.277.893,56.
Na marca do pênalti – Se andar rápido o inquérito federal que apura o envolvimento da deputada federal eleita Clarissa de Tércio (PP) em incitação aos ataques ao Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, domingo passado, em Brasília, ela corre risco de não tomar posse, sendo cassada. O pedido foi assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos. Ele é responsável pelas apurações sobre atos antidemocráticos, relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em causa própria – A tentativa dos deputados de criar auxílios saúde, moradia e alimentação pode entrar em vigor sem precisar ser sancionada pela governadora Raquel Lyra (PSDB). Ao contrário de outras propostas, esse é um projeto de resolução, que depende apenas da aprovação dos próprios parlamentares. As propostas foram publicadas no Diário Oficial de terça-feira passada. Juntos, os três auxílios podem gerar um gasto extra de R$ 12.377,37, por cada um dos 49 deputados.
Maioria simples – Os três penduricalhos dos deputados estaduais precisam ser aprovados por maioria simples – 25 votos. Se houver empate, o presidente da casa, Eriberto Medeiros (PSB), decide com o voto de minerva. Ele é um dos deputados que assinam a proposta. A lista inclui também Aglailson Victor (PSB), primeiro vice-presidente; Manoel Ferreira (PL), segundo vice-presidente; Clodoaldo Magalhães (PV), primeiro secretário; Cleiton Collins (PP), segundo secretário; Rogério Leão (PSB), terceiro secretário e Alessandra Vieira (União Brasil), quarta secretária.
Mais miseráveis – Do novo procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Matos de Carvalho, em seu discurso de posse: “O sentimento é de responsabilidade, com a missão que tenho em mãos, mas também de muita disposição – não só minha, mas de toda a instituição para enfrentar o próximo biênio. Temos os desafios de sempre em relação à cidadania, principalmente depois da pandemia que enfrentamos. Vamos trabalhar com políticas públicas para a inclusão dos mais miseráveis, sem esquecer a atuação na área criminal”.
CURTAS
PERDA DO FPM – No primeiro repasse do ano do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), terça-feira passada, pelo menos 65 municípios de Pernambuco já receberam com valor abaixo da última parcela do ano passado, tudo porque o cálculo foi feito com base no tamanho da população. E esses municípios, segundo o censo do IBGE ainda não concluído, estão menos habitados.
BOMBA – Uma minuta de decreto para instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e rever o resultado da eleição presidencial foi encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A informação sobre a apreensão da minuta de decreto foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo site Metrópoles. O decreto anularia a eleição de Lula.
Perguntar não ofende: Quantos votos “gatinhos” tem hoje na Alepe?