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  • Contato Brasil, 18 de abril de 2024 08:29:20
Jorge Henrique Cartaxo
  • 23/01/2020 11h02

    Pajelanças

    Depois, nossos problemas econômicos decorrem, em grande medida, dos nossos graves desencontros políticos e institucionais que nos mantêm atados à miséria

    Paulo Guedes( Foto: Arquivo do Colunista)

    Vejo com muitas restrições e interrogações as anunciadas e festejadas conquistas do governo Bolsonaro na área econômica. Ainda no governo Temer, venderam a reforma trabalhista como a salvação do desemprego no País. Mentira! Depois, já no governo Bolsonaro, fizeram o mesmo com a reforma da previdência. O País voltaria a ter bilhões de investimentos externos. Nova mentira!

     Agora, o panegírico de Davos. Na famosa montanha de Thomas Mann, Paulo Guedes anuncia R$ 320 bi, em projetos do Programa de Parcerias de Investimentos, para uma plêiade de empresários. Anuncia também que o governo vai aderir ao famoso acordo de compras governamentais, alinhando-se a Europa, Estados Unidos, China e Japão, entre outros.

    É bem verdade que há uma certa unanimidade, pelo menos na grande mídia, sobre os “bons caminhos” da recuperação econômica do País. As chamadas grandes reformas, que tiveram inicio ainda no governo Temer, estão prosseguindo no governo Bolsonaro. Os juros baixaram, a inflação é básica, a recessão estancou e algum emprego voltou a surgir no horizonte. Um conjunto de novas medidas, que já estavam anunciadas,  estão sendo empreendidas agora no inicio do ano. Bravo!

    Isso não nos exime de algumas boas perguntas. Teremos ou não uma reforma bancária e uma abertura de mercado para esse setor tão cheio de privilégios? Quando a Educação e a Ciência e Tecnologia serão de fato levadas a sério pelo governo? Abraaham Weintraub não passa de um delirante. E o astronauta, que finge cuidar da Ciência e Tecnologia, gosta mesmo é de bater perna pelo mundo. Difícil imaginar que um país continental como o Brasil, uma das maiores economias do mundo, possa dar passos consistentes sem educação e tecnologia.

    Depois, nossos problemas econômicos decorrem, em grande medida,  dos nossos graves desencontros políticos e institucionais que nos mantêm atados à miséria. A desumana realidade social brasileira, falsamente colocada como consequência do desequilíbrio fiscal, deriva dos desmandos da estrutura do nosso Estado. Paulo Guedes, mentindo, atribuiu tudo isso aos salários de meia dúzia de servidores públicos .

    Na verdade, temos uma máquina bilionária a serviço da estrutura legislativa – esta sim corrupta dos munícipios ao Congresso Nacional – , um Poder Judiciário estruturado para proteger os desmandos da corrupção pública e privada e, claro,  um Poder Executivo ineficiente, porque também organizado para atender ao nosso famoso patrimonialismo.  E esse tema, de certo modo, saiu da pauta.                       


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