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- Contato Brasil, 28 de março de 2024 07:43:22
(Brasília-DF) Noutra oportunidade, tinha salientado como o mês de março é complexo para a vida pública no chamado mundo ocidental. Há toda uma série de vicissitudes, desde a questão climática que movimentou a humanidade. No hemisfério norte, tínhamos o fim o inverno, no hemisfério sul a estação das chuvas. Os poderosos sempre se movimentaram sob tais condições. Momentos de grandes e históricas ações.
Na pós-modernidade, o clima já não fala muito alto, mas há questões orçamentárias, os governos marcam o tempo para apresentar resultados, os poderosos definem diretrizes para o resto do ano, os poderes construídos apresentam padrões e os grande conglomerados lançam produtos e serviços.
Essa terceira decêndio do mês tende a ser particularmente bom para o Governo Bolsonaro, depois de um pós-carnaval cheio de erros desnecessários, exercício equivocado do poder e um atentado que levantou questionamentos, também, sobre o ânimo nacional para lidar com a violência.
Na final da quinzena passada, houve o leilão dos aeroportos, o primeiro em bloco, montado ainda no Governo Temer, mas que foi bem conduzido pela atual administração. Nada como ver o resultado da iniciativa. Grupos empresariais qualificados e preparados fizeram uma disputa para valer para privatizar uma atividade econômica em que o Estado não precisa, efetivamente, atuar. O Nordeste mostrou para o Brasil, que lhe vê como um eterno dependente da União, como pode ser competitivo e atrativo. Os aeroportos nordestinos foram a joia da coroa do leilão.
Em seguida, no sábado, houve um almoço organizado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em que os chefes de poderes foram convidados. O convescote político acabou sendo emblemático e deverá entrar para história, especialmente se os resultados forem efetivos. O Presidente Jair Bolsonaro tinha dado eco às ações de seus filhos mais doutrinários, com críticas a recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre julgamento de casos de crimes na Justiça Eleitoral. O encontro não poderia ter sido melhor para melhorar as relações institucionais.
Desse domingo, 17, até quarta-feira,20, o presidente Jair Bolsonaro estará nos Estados Unidos por conta de uma viagem histórica. Não se há conhecimento de uma sintonia tão evidente entre dois chefes de governo e Estado do Brasil e dos Estados Unidos. Jair Bolsonaro e Donald Trump comungam, guardadas as proporções, de ideias conservadoras até então pouco afeitas as realidades dos dois países, famosos pelo globalismo e defesa da ampla liberdade de expressão. Não há dúvidas que Trump irá ofertar a Bolsonaro bons momentos. É fundamental para os futuro dos dois, especialmente para Bolsonaro, que essa relação traga resultados objetivos. Interessante que o Nordeste, novamente, seja destaque. O acordo em torno da Base de Alcântara, no Maranhão, será motivo de assinatura de acordo.
Durante a semana, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados(CCJ) vai começar a analisar a constitucionalidade da reforma da Previdência. Semana, também, em que chegará, pelo menos o que está programado, a proposta de reforma da Previdência dos militares. Será também um grande evento.
São vários os momentos em que podemos dizer que o Governo Bolsonaro tem tudo para engrenar 10 dias de sucesso.
Os militares, que são o grupo mais sólido de poder dentro desse governo - vão estar torcendo que o Presidente não venha muito influenciado dos Estados Unidos pelas conversas com Olavo de Carvalho. Pelos últimos tempos, podemos dizer que a turma da caserna tem vários motivos para crer que não tendem a ter dias fáceis pela frente.
Por Genésio Araújo Junior, jornalista
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