31 de julho de 2025
CHILE

Candidato de direita José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile; Lula cumprimentou o novo presidente eleito do Chile

Estas são as primeiras eleições presidenciais no Chile em que o voto é obrigatório

Por Politica Real com agências
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José Anonio Kast Foto: imagem de streaming

Com agências

(Brasília-DF, 15/12/2025).  O candidato de direita José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile, após uma vitória expressiva sobre a candidata comunista Jeannette Jara.

Com 99,3% das urnas apuradas, o candidato do Partido Republicano havia recebido 58,18% dos votos válidos, enquanto a candidata do Partido Comunista, recebeu 41,82%.

Um total de 3.379 seções eleitorais com 40.473 mesas de votação abriram para o início do segundo turno das eleições presidenciais no Chile, no qual foi escolhido o sucessor do progressista Gabriel Boric.

Mais de 15,6 milhões de pessoas estavam aptas a votar – o voto é obrigatório –, para escolher entre a comunista moderada e única candidata de uma ampla aliança progressista.

Jara reconheceu a derrota.

"A democracia falou alto e claro. Acabei de falar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile", escreveu ela em sua conta no Twitter.

Logo após a confirmação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu parabéns ao novo presidente eleito do Chile.

“Cumprimento  @joseantoniokast  por sua eleição à Presidência do Chile e o povo chileno pela sua participação em um processo eleitoral democrático, transparente e ordenado. 

Faço votos de pleno êxito ao presidente eleito no desempenho de seu futuro mandato.

Seguiremos trabalhando com o novo governo chileno em favor do fortalecimento das excelentes relações bilaterais, dos sólidos laços econômico-comerciais que unem Brasil e Chile, pela integração regional e a manutenção da América do Sul como zona de paz.”, disse.

Estas são as primeiras eleições presidenciais no Chile em que o voto é obrigatório.

Kast parece ter capitalizado a transferência de votos de candidatos de direita derrotados no primeiro turno, tendo garantido o apoio do libertário Johannes Kaiser e de Evelyn Matthei, representantes da direita mais tradicional.

Entre as incertezas que cercavam esta eleição estava o destino dos votos dos mais de cinco milhões de chilenos que foram obrigados a votar pela primeira vez.

Nesse contexto, o advogado José Antonio Kast, líder da extrema-direita e fundador do Partido Republicano, concorria à presidência pela terceira vez com uma plataforma de "linha dura contra o crime", focada em segurança e combate à imigração ilegal, além de cortes nos gastos públicos.

Católico ultraconservador e pai de nove filhos, Kast será o primeiro presidente a chegar ao poder tendo feito campanha a favor da continuidade do regime do general Augusto Pinochet (1973-1990) no plebiscito de 1988.

Essa foi a terceira candidatura de Kast à Presidência. Em 2021, ele perdeu o segundo turno das eleições de 2021 para Boric.

Kast é filho de um tenente do Exército alemão que foi para a América do Sul após a Segunda Guerra Mundial. Em 2021, a filiação de seu pai ao Partido Nazista o prejudicou na última eleição, assim como o fato de seu irmão ter exercido um cargo de ministro durante a ditadura de Pinochet

O passado de seu pai, Michael Kast, durante a guerra tem sido alvo de controvérsia.

Kast afirmou que seu pai se alistou no exército alemão sob coação para evitar um possível julgamento militar e execução.

"Nossa história familiar está tão distante do nazismo quanto se possa imaginar", declarou ele durante a campanha de 2021.

No entanto, investigações jornalísticas posteriores indicaram que Michael Kast foi membro do partido nazista de Adolf Hitler aos 18 anos, segundo um documento de 1942 dos Arquivos Federais da Alemanha.

Embora haja dúvidas se é a mesma pessoa, o local e a data de nascimento coincidem com os do pai do candidato chileno.

Ao longo de sua campanha de 2025, ele baseou seu discurso e posicionamento exclusivamente em questões de segurança e imigração, as principais preocupações dos chilenos, segundo as pesquisas, e evitou divulgar suas visões ultraconservadoras sobre liberdades individuais e sua defesa do regime – seu irmão foi um ministro importante durante o governo Pinochet.

Ele promete deportar quase 340 mil imigrantes ilegais, em sua maioria venezuelanos, e combater o crime com dureza. Em suas aparições públicas, atrás de vidros à prova de balas em um dos países mais seguros da região, este ex-congressista apresentou o Chile quase como um Estado falido dominado pelo narcotráfico, distanciando-se do "milagre econômico" que o tornou uma das nações mais bem-sucedidas da América Latina.

Entre outros pontos, ele evitou esclarecer como pretende cortar 6 bilhões de dólares dos gastos públicos nos primeiros 18 meses de seu possível governo e se libertaria os ex-oficiais militares que cometeram crimes contra a humanidade durante a ditadura.

Já Jara, ex-ministra do Trabalho do atual governo, representava uma aliança que reúne todos os setores da esquerda e do centro-esquerda chilenos.

Ela chegou ao segundo turno após vencer o primeiro, com uma mensagem centrada em maior acesso a programas de proteção social e medidas para lidar com as questões de segurança e imigração, duas prioridades para os chilenos.

Ambos tentaram conquistar o apoio dos eleitores que se consideram mais próximos ao centro político, em uma eleição histórica marcada pelo forte antagonismo entre os modelos sociais que cada um defende.

Casado com a advogada María Pía Adriasola, com quem tem nove filhos, e próximo ao movimento católico conservador de Schoenstatt, Kast também rejeitou o rótulo de "extrema-direita" que frequentemente lhe é atribuído.

Kast assumirá o poder em 11 de março de 2026.

( da redação com informações da BBC, DW, AFP, EFE. Edição: Politica Real)