Lula, na Conferência Nacional de Assistência Social, exalta Sistema Único de Assistência Social, diz que é difícil reconstruir, destaca a saída do Mapa da Fome e fala do enfrentamento do crime contra as mulheres
Veja mais
Publicado em
(Brasília-DF, 08/12/2025). Nesta segunda-feira, 8 de novembro, foi aberta a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF). O evento, que segue até terça-feira ,9, marca os 20 anos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os 32 anos da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), reunindo gestores, trabalhadores e usuários para definir as diretrizes do III Plano Decenal de Assistência Social. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da solenidade de abertura e se manifestou.
Sob o tema “20 anos do SUAS: construção, proteção social e resistência”, a conferência deste ano destaca o papel central da política de assistência na retirada do Brasil do Mapa da Fome e na redução das desigualdades.
“É sagrado que a gente, neste dia de hoje, faça uma reflexão sobre o que nós já fomos, o que nós somos e o que nós queremos ser. É muito importante, porque vocês sabem o quanto foi difícil a gente construir o SUAS. E nós chegamos onde nós chegamos depois de quase sermos destruídos a partir de 2018. Porque destruir é muito fácil, construir é muito difícil”, destacou o presidente.
Lula reforçou a importância das políticas sociais para toda a população brasileira.
“O que nós queremos é garantir a todo e qualquer brasileiro e toda e qualquer brasileira, independentemente da idade, independente da cor, independente da religião, o direito de tomar café da manhã, almoçar, jantar, ter acesso à cultura, ter acesso ao emprego, ter um trabalho decente e ter o direito de aprender uma profissão”, disse.
Violência contra as mulheres
Durante o evento, o presidente também demonstrou indignação com casos recentes de violência contra as mulheres e defendeu uma mobilização nacional para combater esse tipo de crime. “Temos que ficar indignados com a violência contra as mulheres. Vou convocar uma reunião com os Poderes da República. A gente precisa fazer um mutirão educacional. Estou assumindo a responsabilidade como presidente da República para ver se a gente consegue uma reversão dessa situação”, afirmou.
Mais
Em relação ao Sistema Único de Assistência Social, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou sua importância estratégica.
“O Brasil, que saiu do Mapa da Fome em 2014, tinha voltado ao Mapa da Fome, quando o presidente Lula assumiu em 2023. 33 milhões de pessoas não tinham o direito de tomar café, almoçar e jantar todo dia. Em apenas dois anos, declarado pela FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], com o apoio dos SUAS, o presidente comandou e nós tiramos o Brasil do Mapa da Fome”, declarou. “Na saúde, a Fiocruz fez um estudo e atestou que o trabalho dos SUAS, integrado com a saúde, salvou 700 mil crianças da morte”, continuou Dias. A análise mostra que, entre 2004, quando o Bolsa Família foi criado, e 2019, o programa evitou mais de 700 mil mortes e 8 milhões de internações hospitalares, com efeitos especialmente significativos entre crianças menores de cinco anos e idosos com mais de 70 anos.
Durante a cerimônia, autoridades e representantes da sociedade civil reforçaram a mobilização pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 383, que visa estabelecer percentuais mínimos obrigatórios de financiamento para a assistência social, garantindo a sustentabilidade da política a longo prazo.
“Para o SUAS continuar forte, vibrante, presente em todos os lugares desse país e garantir proteção social, ele precisa de financiamento público. Nós precisamos que se aprove a PEC 383 e que se garanta 1% para a política de assistência social”, defendeu Aldenora Gomes Gonzalez, representante das usuárias e usuários do SUAS.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)