31 de julho de 2025
MULHERES E DIREITOS

Movimento “Levante Mulheres Vivas” reuniu milhares de pessoas em capitais por conta do aumento de feminicídios; Janja da Silva, em Brasília, defendeu penas ainda mais duras

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Por Politica Real com agências
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Mulheres ocuparam com milhares na Avenida Paulista Foto: X de Sâmia Bonfim

Com agências

(Brasília-DF, 07/12/2025). Neste domingo, 07, foi realizado em diversas diversas capitais do país o Levante Mulheres Vivas, uma ação entre agentes públicos e movimentos sociais em defesa das mulheres face ao avanço dos crimes de femincídio.

“Estupros corretivos, tapas e facadas. Querem nos manter de bocas fechadas, mas nem a morte irá nos calar. Mulheres vivas!”, com essas palavras a assistente social Elisandra “Lis” Martins encerrou sua fala na Batalha de Rimas, no centro de Brasília.

Sob fortes pancadas de chuva, milhares de pessoas participaram do protesto no Distrito Federal (DF) para denunciar a violência contra a mulher, o feminicídio e a omissão do Estado na proteção e prevenção à violência de gênero.

O “Levante” foi convocado por dezenas de organizações de mulheres, após sucessivos casos emblemáticos de feminicídios que chocaram o Brasil nos últimos dias. Em Brasília, falas de lideranças e apresentações culturais movimentaram a Torre de TV, no centro da capital.

A rimadora Elisandra “Lis” Martins, de 31 anos, faz parte do coletivo Batalha das Gurias, da Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop, e compareceu ao ato para denunciar a violência de gênero na esperança de provocar uma reação do Estado.

“É violência de gênero, é violência de raça, por esses motivos temos as nossas vidas escassas, é como viver no submundo dos empregos, periferias e até do próprio mundo. Da não aceitação até a depressão que nos mata, mantendo viva a respiração”, rimou a moradora do Itapoã, região administrativa do DF a cerca de 10 quilômetros da Esplanada dos Ministérios. 

Em sua fala, a ministra Márcia Lopes afirmou que o Levante Mulheres Vivas marca uma virada na luta contra a violência de gênero no país e que não há mais espaço para a naturalização das agressões. “Eu penso que esse vai ser um momento que vai marcar um novo tempo para a vida das mulheres no Brasil, é disso que a gente precisava”, afirmou.

Márcia Lopes também destacou a importância do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – como política de Estado fundamental para a proteção das brasileiras. “Nós temos o Ligue 180 com 20 anos, e que já atendeu 16 milhões de mulheres que denunciam e que querem ser orientadas, encaminhadas e protegidas. Então quero dizer que é muito, muito importante que cada uma e cada um de vocês estejam aqui. Nós queremos pôr em prática tudo aquilo que vocês falaram aqui, esse é o compromisso do presidente Lula”, completou.

A manifestação contou com a presença de um ministro e seis ministras, entre elas as da pasta da Mulher, Cida Gonçalves, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além de deputadas federais, da primeira-dama Janja Lula da Silva e diversas lideranças populares.

Janja da Silva fala em evento das mulheres

Em sua fala, a primeira dama Janja Lula da Silva lamentou os feminicídios e pediu medidas mais duras contra o assassinato de mulheres.

“Que hoje seja um dia que fique marcado na história desse movimento das mulheres pelo Brasil. A gente precisa de penas mais duras para o feminicídio. Não é possível um homem matar uma mulher e, uma semana depois, estar na rua para matar outra. Isso não pode acontecer”, disse.

( da redação com informações de agências. Edição: Política Real)