Dias de novembro, que prometem além da COP30!
Dias de novembro que vai além de COP30
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(Brasília-DF) Nada como surpresas. As boas são melhores, mas nada como surpresas. Os direitistas adoram a ordem, a hierarquia, a obediência mesmo hoje aliados a disrupção. Os esquerdistas preferem a desordem que descompensa o igual, o inusitado, a diferente e a disrupção, também. Todos são jogados no chão com as surpresas. Ninguém resiste a elas.
Não se esperava muita coisa pelos próximos 10 dias em que a Capital do Brasil se muda oficialmente para Belém. As forças dos poderes constituídos e da maioria dos mais importantes agentes públicos, econômicos e sociais, naturalmente, se voltariam para lá com a COP30, mas a decisão do deputado Hugo Motta(Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, em nomear o deputado bolsonarista Guilherme Derrite (Progressistas-SP) para comandar a relatoria do Pl Antifacção (PL 5582/2025), ao tempo que impede que siga adiante o PL que tipifica crime organizado em terrorismo, chama atenção.
Por outro lado, no Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá votar em caráter terminativo o PL 5.473/2025, que vai aumentar a tributação das bets e das fintechs e deixa de lado os temas que uniam oposicionistas contra a finada MP 1303/25
Na prática, Câmara e Senado, com gente grande tanto dentro oposição como do governo prometem coisas importantes que interessam aos dois lados nesse período que não teremos sessões presenciais, sem obrigatoriedade dos congressistas em Brasília.
Quando os dois lados voltarem para os últimos dias úteis do ano legislativo precisam ter balas na agulha. O Governo para resolver o orçamento de 2026 e a Oposição para dar sustentação à pauta do enfrentamento ao crime organizado que o governo de centro esquerda não sabe tratar como deveria.
O governo sabe que se tiver bala na agulha orçamentária para bem enfrentar ao ano que vem terá um bom caminho. As oposições sem Bolsonaro, que, à beira da certeza, estará preso até o final do ano, tem tudo para revitalizar a candidatura do preferido dos ricos, governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, para 2026.
Derrite é do Progressistas do senador Ciro Nogueira, um dos mais articulados agentes da oposição que não baba de louco nas redes. Derrite é secretário de Segurança Pública de São Paulo, agora licenciado.
Derrite anuncia um relatório de endurecimento de penas para os agentes do crime organizado. São Paulo teve aumento de roubos de celulares, mas enfrenta junto com o Governo Federal o crime organizado de alto nível que envolve a franquia Primeira Comando da Capital (PCC), que é bem maior que o Comando Vermelho, em moda esses dias.
Esses dias surpreendentes de um novembro diferente em que o mundo estará de olho no financiamento ambiental para enfrentar com alguma inteligência o fracasso que está sendo o Acordo de Paris, deverão nos apresentar o desenho do que poderemos enfrentar no debate do ano que vem.
Dinheiro, quem quer dinheiro!? Segurança, todos querem ela.
Tivemos um tempo que saúde e educação davam lustro a qualquer político ou política que desejasse ser respeitado. Dinheiro como sempre dinheiro, especialmente em tempos de uma inteligência artificial que parece querer ficar com todo ele, ao tempo que as pessoas “remediadas” acham feio receber dinheiro do Governo.
Segurança pública é muito mais do que antes se dizia dela. Em tempo de alta delinquência organizada como máfia onisciente, onipotente e onipresente, o que mais se fala parece que de nada se fala.
Surpresas de novembro. Vamos ver no que vai dar!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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