31 de julho de 2025
COP30

PRÉ-COP: Antonio Guterres, na abertura da Cúpula dos Lideres, disse que os países que se colocam menos responsáveis com a “dura verdade” da crise do aquecimento global atuam com “falha moral e negligência mortal

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Por Política Real com assessoria
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(Brasília-DF, 06/11/2025). Na manhã desta quinta-feira, 06, em Belém, na Cúpula dos Líderes da COP30, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursou destacou o que ele descreveu como um “chamado à verdade”. E o que falta a ser feito agora é “implementação”.

Guterres afirma que o mundo enfrenta um momento decisivo e que mesmo um excesso breve, nos limites da temperatura, trará consequências devastadoras para ecossistemas, economias e vidas humanas.

Um limite inegociável

Para Guterres, a “dura verdade”, é que houve uma falha em garantir que se permaneceria abaixo dos 1,5 °C. Ele apelou a uma mudança de paradigma para limitar a magnitude e duração destes excessos. O líder da ONU declarou que os países particularmente menos responsáveis, serão os mais impactados, representando uma “falha moral e negligência mortal”.

Apontando para os últimos dados científicos da Organização Meteorológica Mundial, OMM, o chefe das Nações Unidas realçou que, no ano passado, as emissões globais atingiram um novo recorde, que este ano continua a aumentar.

Para Guterres, o limite de 1,5 °C é “uma linha vermelha para a humanidade”, que deve ser mantida ao nosso alcance.

O líder da ONU apresentou um plano de resposta em três frentes: reduzir imediatamente as emissões, acelerando a transição energética; zerar as emissões líquidas até 2050; proteger populações com adaptação, resiliência e alertas até 2027.

Para Guterres, a ONU nunca desistirá da meta de 1,5 °C, pois “não se pode negociar com a física”, mas os Estados-membros podem sim escolher liderar ou ser conduzidos à ruína.

O motor da nova economia

O secretário-geral destacou que a revolução da energia limpa já está em curso e oferece uma oportunidade sem precedentes. Ele afirma que a economia verde é o motor do progresso de hoje, e a energia solar e eólica são agora as fontes mais baratas e de crescimento mais rápido na história.

No entanto, Guterres mencionou que os combustíveis fósseis continuam a receber subsídios bilionários e apoio político, alertando que investir em combustíveis fósseis é apostar contra a humanidade, e contra a economia”.

O líder da ONU lembrou que, apenas em 2024, os investimentos em energia limpa ultrapassaram em US$ 800 bilhões os destinados aos combustíveis fósseis. Ele afirmou que o obstáculo não é a tecnologia, pois “estamos mais equipados que nunca”, mas a falta de coragem política.

Para o secretário-geral, “Belém deve ser lembrada como o lugar onde a liderança substituiu a inércia”.

Guterres também reforçou a importância da justiça climática. Ele exigiu que os países desenvolvidos mobilizem US$ 300 bilhões anuais até 2035, cumprindo os compromissos financeiros assumidos, e que as nações em desenvolvimento tenham acesso facilitado a financiamento para adaptação e perdas e danos.

Um apelo à história

Encerrando o seu discurso, ele disse aos líderes mundiais que a escolha é clara: a ciência traçou o caminho e agora é a hora da coragem.

O secretário-geral solicitou que se escolha a velocidade, a escala e a solidariedade, enfatizando que a importância de Belém se tornar o “ponto de viragem que a humanidade tanto precisa”.

O primeiro dia da COP30 marca o início de negociações decisivas, numa cimeira que Guterres descreve, endossando o presidente do país Lula da Silva, como “a COP da verdade”.

( da redação com informações de assessoria e ONU News. Edição: Política Real)