31 de julho de 2025
CRIME ORGANIZADO

Fabiano Contarato disse que que a segurança pública “não deve ser uma pauta apenas da direita”; Alessandro Vieira apresenta plano de trabalho que foi aprovado

Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi eleito Vice-Presidente da CPI

Por Política Real com assessoria
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Hamilton Mourão, Fabiano Contarato e Alessandro Vieira Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

(Brasília-DF, 04/10/2025) O senador Fabiano Contarato (PT-ES) é o presidente da CPI do Crime Organizado. A vice-presidência ficou com o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que também concorreu à presidência. Mourão teve cinco votos favoráveis, enquanto Contarato teve o apoio de seis senadores.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator, responsável por conduzir o inquérito e propor medidas, como indiciamentos e projetos de lei.

Contarato afirmou que atuará de forma independente e que a segurança pública “não deve ser uma pauta apenas da direita”.

“Faço um apelo às lideranças progressistas: é hora de ocupar esse espaço de debate com coragem, técnica e empatia, porque enquanto hesitamos, o medo avança. Progressismo, para mim, é enfrentar a realidade de frente, não ignorá-la. Eu acredito na ressocialização, mas não em impunidade disfarçada de compaixão.”, disse.

Plano de trabalho

O senador Alessandro Vieira( MDB-SE) apresentou seu plano de trabalho e os senadores também aprovaram. O relator afirmou que o relatório deve diagnosticar a situação do crime organizado no país e detectar as políticas públicas mais efetivas contra o problema. O Brasil tem cerca de 88 organizações criminosas, segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

“A segurança pública é uma atividade complexa, mas não tem segredo, desde que a gente tenha o espírito público suficiente para fazer o nosso trabalho [...] O que o Brasil enfrenta é a consequência de décadas de omissão e de corrupção “, disse Alessandro.

A comissão investigará os seguintes tópicos relacionados ao crime organizado:

ocupação de território;

lavagem de dinheiro, com ênfase em criptomoedas; bens patrimoniais; bancas de advocacia e segmentos econômicos lícitos, como combustíveis, lubrificantes, bebidas, garimpo, mercado imobiliário e cigarros;

sistema prisional;

corrupção ativa e passiva;

rotas de mercadorias ilícitas;

crimes de tráfico de drogas e de armas, sonegação tributária e roubo, entre outros.

integração entre os órgãos de segurança pública e as Forças Armadas, com destaque para as fronteiras;

experiências bem-sucedidas de prevenção e repressão ao crime organizado;

recursos públicos disponíveis.

Autoridades

A CPI ouvirá especialistas e autoridades que lidam com o combate a esses criminosos. Para isso, os senadores aprovaram sete requerimentos do relator. Entre eles, está o convite aos governadores dos estados mais seguros e seus secretários de Segurança prestarem depoimento (REQ 1/2025 - CPICrime):

 

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Paraná

Distrito Federal

Também serão ouvidas as mesmas autoridades do Rio de Janeiro e de São Paulo, em razão da atuação de facções nesses estados, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), respectivamente.

 

Cinco governadores e secretários de Segurança Pública dos estados mais perigosos do país também serão convidados:

 

Amapá

Bahia

Pernambuco

Ceará

Alagoas

 

Já do governo federal, a CPI deve receber (REQ 2/2025 - CPICrime):

 

o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski;

o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho;

o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues;

o diretor de Inteligência Policial da PF, Leandro Almada da Costa;

o diretor de Inteligência Penal da Senappen, Antônio Glautter de Azevedo Morais; e

o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa.

Especialistas

A CPI também convidará especialistas em organizações criminosas, como o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Lincoln Gakiya, que há 20 anos investiga o PCC. Ao todo serão cinco especialistas  (REQ 3/2025 - CPICrime) e cinco jornalistas investigativos (REQ 7/2025 - CPICrime).

 

( da redação com informações da ag. Senado. Edição: Política Real