31 de julho de 2025

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em baixa e no Brasil o mercado especula sobre o futuro da inflação face a decisão de baixar a gasolina

Por Política Real com agências.
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Mercados recuam Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 21/10/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call”da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão recuando e no Brasil o mercado já especula como ficará a inflação com a redu;cão da gasolina anunciada para valer a partir de hoje.

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Mercados globais

Nesta terça-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,2%) após o rali de segunda-feira, quando os principais índices encerraram em alta diante do otimismo com o fim próximo do shutdown e dos bons resultados trimestrais. Zions Bancorp avança após divulgar lucro trimestral acima do esperado, apesar das perdas em empréstimos reportadas na semana passada. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou que o impasse orçamentário “provavelmente terminará esta semana”. Enquanto isso, investidores aguardam uma nova rodada de balanços, com Netflix e Coca-Cola divulgando resultados hoje, e Tesla amanhã, além do CPI de setembro, que será publicado na sexta-feira e pode influenciar a decisão do Fed no fim de outubro.

Na Europa, os mercados operam estáveis (Stoxx 600: 0,0%), acompanhando a pausa do movimento positivo global. O setor de defesa tem leve correção, devolvendo parte dos ganhos de segunda-feira. No Reino Unido, dados oficiais mostraram que o endividamento público atingiu 20,2 bilhões de libras em setembro, o maior valor para o mês desde 1997, elevando o total do primeiro semestre fiscal para 99,8 bilhões de libras (+13% em relação ao ano anterior).

Na China, os mercados fecharam em alta (HSI: +0,7%; CSI 300: +1,5%), impulsionados por resultados trimestrais positivos e pela expectativa de avanço nas negociações comerciais regionais. No Japão, o Nikkei 225 encerrou em leve alta de 0,3% (49.316 pontos), após ter atingido recorde histórico mais cedo, enquanto Sanae Takaichi foi confirmada como a primeira mulher primeira-ministra do país. O Topix fechou estável, e o Kospi da Coreia do Sul avançou 0,2%, marcando a sexta máxima consecutiva com otimismo sobre um acordo comercial com os EUA.

Nos Estados Unidos, o Diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou que a paralisação do governo (shutdown) pode terminar nesta semana. Além disso, o presidente Donald Trump afirmou que se reunirá em breve com o líder da China, Xi Jinping. A crescente probabilidade de alívio nas tensões entre Estados Unidos e China elevou o sentimento dos investidores, aproximando os principais índices acionários americanos das máximas históricas.

IBOVESPA +0,77% | 144.509 Pontos.   CÂMBIO -0,65% | 5,37/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão de segunda-feira em alta de 0,8%, aos 144.509 pontos, em um dia positivo para os mercados globais (S&P 500 +1,1%; Nasdaq +1,3%) em meio ao aumento do otimismo com a temporada internacional de resultados do 3T25. No cenário doméstico, a redução das expectativas de inflação em todos os horizontes, conforme divulgado no Boletim Focus (veja mais detalhes aqui), também contribuiu para o desempenho positivo dos ativos locais, com a curva de juros apresentando fechamento e o dólar recuando 0,7%, a R$ 5,37. Além disso, o avanço de papéis de grande peso no índice — como Vale (VALE3, +1,3%) e bancos como Itaú (ITUB4, +1,8%) e Bradesco (BBDC4, +1,9%) — ajudou a sustentar a alta do Ibovespa.

Papéis sensíveis aos juros, como Cogna (COGN3, +4,8%), Natura (NATU3, +4,5%) e Yduqs (YDUQ3, +4,3%) subiram, repercutindo o fechamento da curva de juros. Na ponta negativa, Prio (PRIO3, -2,0%) recuou, em movimento de correção, após ter apresentado alta de 5,6% no pregão anterior em reação à decisão da ANP de autorizar o retorno da produção do FPSO Peregrino (veja aqui o comentário dos nossos analistas). Além disso, a queda do preço do petróleo também pressionou o desempenho do papel.

Nesta terça-feira, destaque para a temporada internacional de resultados do 3T25, com os balanços de 3M, Coca-cola, General Electric, General Motors e Netflix. O foco da agenda econômica permanece nos dados de inflação no Brasil e nos EUA que serão divulgados na sexta-feira.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de segunda-feira com fechamento ao longo da curva. No Brasil, o movimento foi impulsionado pelo corte nos preços da gasolina promovido pela Petrobras e pela melhora nas expectativas de inflação, conforme indicado no relatório Focus, seguindo também o movimento no exterior. Nos Estados Unidos, os títulos de curto prazo permaneceram estáveis, enquanto os papéis de 10 anos demostraram queda, refletindo uma perspectiva mais positiva quanto ao entendimento comercial entre Estados Unidos e China. Com isso, rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,46% (-0,28bp vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 3,98% (-3,00bps). O DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,2bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,96% (- 5,8bps); DI jan/29 em 13,23% (- 11,1bps); DI jan/31 em 13,51% (- 10,7bps).

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a segunda-feira em queda de 0,28%, acumulando perdas de 0,61% em outubro, refletindo uma correção após o movimento de valorização dos últimos meses. Entendemos que essa retração na primeira metade do mês também reflete o estreitamento dos prêmios de risco (spreads) em relação às taxas das NTN-Bs de referência. Os FIIs de Tijolo foram o destaque negativo da sessão, com recuo médio de 0,35%, enquanto os FIIs de Papel registraram variação média de -0,29%. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se PATL11 (+1,3%), TGAR11 (+1,2%) e GZIT11 (+1,0%). Por outro lado, as principais quedas ficaram com VGRI11 (-4,2%), TRBL11 (-1,3%) e RBRR11 (-1,2%).

Economia

No Brasil, a Petrobras anunciou redução de R$ 0,14 no preço do litro da gasolina cobrado nas refinarias. Estimamos impacto de -0,09 p.p. sobre o IPCA geral. Assim, atribuímos um viés baixista à nossa projeção atual de 4,7% para a inflação de 2025.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, o mercado continua a diminuir suas projeções de inflação, ainda que de forma gradual. A mediana das expectativas para o IPCA de 2025 cedeu de 4,72% para 4,70%, enquanto a previsão para 2026 recuou de 4,28% para 4,27%. Para horizontes mais longos, os movimentos foram mais expressivos: de 3,90% para 3,83% em 2027 e de 3,68% para 3,60% em 2028.   

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)