31 de julho de 2025
ECONOMIA

Até o final de 2024, Brasil tinha 1,7 mil trabalhadores trabalhando com aplicativos digitais, informa PNAD Contínua do IBGE

Entre 2022 e 2024, observou-se um crescimento do total pessoas que exerciam o trabalho por aplicativos pesquisados, mas o destaque foi para as plataformas de serviços gerais ou profissionais, cuja expansão foi de 52,1% (de 193 mil para 294 mil pessoas)

Por Política Real com assessoria
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(Brasília-DF, 17/10/2025). Na manhã desta sexta-feira, 17, o IBGE divulgou  a sua pesquisa PNAD Contínua – Trabalho por Meio de Plataformas Digitais referente a 2024. Esse módulo é experimental e fruto de um convênio com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

No 3º trimestre de 2024, o Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, incluindo aplicativos de transporte de pessoas, de entrega de comida e produtos e de prestação de serviços gerais ou profissionais, o equivalente a 1,9% da população ocupada no setor privado. Em relação a 2022, quando havia 1,3 milhão pessoas nessas ocupações, houve crescimento de mais 335 mil pessoas (25,4%).

No recorte por tipo de aplicativo, 58,3% (964 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja de táxi ou diferentes de táxi, sendo 53,1% (878 mil pessoas) em transporte particular de passageiros excluindo os de táxi e 13,8% (228 mil) em aplicativos voltados para taxistas. Já 29,3% (485 mil) eram trabalhadores de aplicativos de entrega de comida, produtos etc., enquanto os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais somavam 17,8% (294 mil).

Entre 2022 e 2024, observou-se um crescimento do total pessoas que exerciam o trabalho por meio de todos os tipos de aplicativos pesquisados, mas o destaque foi para as plataformas de prestação de serviços gerais ou profissionais, cuja expansão foi de 52,1% (de 193 mil para 294 mil pessoas). Em termos de contingente, o maior aumento se deu no transporte de passageiros (excluindo táxi), que passou de 680 mil para 878 mil pessoas (aumento de 29,2%).

A região Sudeste concentrou mais da metade dos plataformizados do Brasil: 53,7%. Por tipo de aplicativo, o Nordeste teve a maior proporção de trabalhadores por aplicativos de transporte particular de passageiros (excluindo os de táxi): 69,4% do total de plataformizados da região.

A região Norte apresentou a menor proporção de pessoas que trabalhavam com aplicativos de serviços gerais ou profissionais, 8,3%, menos da metade do índice no país, enquanto as maiores participações foram registradas nas regiões Sul (23,2%) e Sudeste (20,4%).

Os dados mostram que 86,1% dos plataformizados eram trabalhadores por conta própria e 6,1% eram empregadores. Entre os grupamentos de atividade, 72,5% dos plataformizados atuavam em Transporte, armazenagem e correio, refletindo o fato de que os aplicativos de transporte de passageiros e de serviços de entrega eram os mais difundidos no país.

Observou-se, ainda, predomínio do grupamento ocupacional de operadores de instalações e máquinas e montadores (72,1%), que abrange os condutores de motocicletas e de automóveis. As ocupações elementares, por outro lado, representavam somente 1,7% dos plataformizados, enquanto respondiam por 17,4% do total de ocupados no setor privado, o segundo grupamento ocupacional mais numeroso. Já o grupamento dos profissionais das ciências e intelectuais, formado por uma força de trabalho, em geral, mais qualificada, respondeu por 5,0% do total de plataformizados, participação inferior à registrada no total de ocupados no setor privado (9,4%).

“O grupamento dos profissionais das ciências e intelectuais, que abrange diversas ocupações, como profissionais da área de TI, designers gráficos, arquitetos, tradutores, médicos, dentre outras, ainda que represente uma pequena parcela dos trabalhadores plataformizados, foi o que mais expandiu a sua participação entre esses trabalhadores (aumento de 1,5 p.p. em relação a 2022). Esse crescimento pode sinalizar maior diversificação de ocupações exercidas e de serviços prestados por meio de plataformas digitais, o que é corroborado pelo fato de que as plataformas de serviços gerais ou profissionais foram as que mais expandiram no período, apesar de ainda responderem por menos de 1/5 dos trabalhadores plataformizados”, ressalta Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.

 

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)