31 de julho de 2025
ISRAEL/GAZA

Governo de Israel anuncia acordo de cessar-fogo em Gaza e de libertação de reféns mantidos no território palestino.

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Por Politica Real com agências
Publicado em
Benjamin Netanyahu fala do acordo do cessar-fogo Foto: imagem de streaming

Com agências

(Brasília-DF, 09/10/2025). Depois de uma reunião de mais de 6 horas, nesta quinta-feira, 09, o governo de Israel, através do seu gabinete de ministros, aprovou na noite um acordo de cessar-fogo em Gaza e de libertação de reféns mantidos no território palestino.

"O governo acaba de aprovar as bases [de planejamento] para a libertação de todos os reféns — tanto os vivos quanto os mortos", diz o comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Este plano faz parte de um acordo maior, proposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na mediação entre Israel e o grupo Hamas.

A aprovação é o ponto de partida para um cronograma que deverá ter como próximos passos:

Agora que o acordo foi formalmente aprovado pelo gabinete israelense, espera-se que um cessar-fogo entre em vigor.

Relatos na mídia israelense sugerem que isso acontecerá imediatamente, embora um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro tenha dito que começaria dentro de 24 horas após a aprovação do gabinete.

2. Tropas israelenses se retirarão

As forças israelenses se retirarão para uma linha que as deixarão com o controle de cerca de 53% da Faixa de Gaza, disse o porta-voz. De acordo com um mapa distribuído pela Casa Branca na semana passada, esta é a primeira das três etapas da retirada israelense.

3. Troca de reféns e corpos

Após esse recuo na ofensivai israelense, uma contagem regressiva de 72 horas começará, durante a qual o Hamas deve libertar todos os 20 reféns que se acredita estarem vivos. A devolução dos corpos dos 28 reféns mortos ocorrerá em seguida, embora não esteja claro quanto tempo isso poderá levar.

Israel então libertaria cerca de 250 palestinos em prisão perpétua em Israel e 1.700 detidos em Gaza após 7 de outubro de 2023, incluindo mulheres e crianças.

Israel também devolverá os corpos de 15 moradores de Gaza em troca dos restos mortais de cada refém israelense, de acordo com o plano de Trump.

4. Ajuda humanitária entraria em Gaza

Centenas de caminhões com ajuda humanitária também começarão a entrar em Gaza, onde especialistas apoiados pelas Nações Unidas confirmaram em agosto haver fome.

Netanyahu agradeceu a Trump, ao enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e ao genro de Trump, Jared Kushner, pela participação nas negociações com o Hamas.

O primeiro-ministro israelense disse que Witkoff e Kushner trabalharam dia e noite para que o acordo fosse aprovado.

"Sabemos que isso é para o bem de Israel e dos Estados Unidos, para o bem das pessoas decentes em todos os lugares e para o bem dessas famílias que finalmente poderão se reunir com seus entes queridos. Quero agradecer a ambos em nome deles e em nome do povo de Israel", afirmou Netanyahu.

Mais cedo nesta quinta, Khalil al-Hayya, importante figura do Hamas, havia afirmado que recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores envolvidos nas negociações de paz com Israel de que "a guerra terminou completamente".

Em sua declaração, Hayya disse que o acordo inclui um "cessar-fogo permanente", a retirada das tropas israelenses, a troca de prisioneiros e a entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah.

Já o ministro Itamar Ben-Gvir, alinhado à direita radical israelense, afirmou mais cedo que votaria pela derrubada do governo se o Hamas não for "desmantelado".

"Se o governo do Hamas não for desmantelado, ou se apenas nos disserem que está desmantelado, mas, na realidade, ele continuar existindo sob uma aparência diferente, o Otzma Yehudit [partido] desmantelará o governo", disse ele em um comunicado, referindo-se ao seu partido, parte da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Ben-Gvir também afirmou que se oporia a qualquer acordo que significasse a libertação de prisioneiros que Israel acusa de cometer assassinatos.

"Eu e os ministros do Otzma Yehudit não poderemos levantar as mãos em favor de um acordo que liberte esses terroristas assassinos, e nos oporemos a isso no governo", disse.
 

( da redação com BBC News. Edição: Política Real)