BC divulga estatísticas do setor externo - mesmo com o tarifaço chama atenção que o saldo positivo da balança comercial deste agosto foi melhor que agosto 2024; houve déficit em transações, mas em menor comparado com o ano passado
A balança comercial de bens foi superavitária em US$5,5 bilhões em agosto de 2025, ante saldo positivo de US$3,7 bilhões em agosto de 2024
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(Brasília-DF, 26/09/2025). Na manhã desta sexta-feira, 26, o Banco Central divulgou Estatísticas do Setor Externo com os dados atualizados até agosto de 2025. Chamou atenção que mesmo com o tarifaço a balança comercial teve saldo positivo melhor que em agosto do ano passado.
As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$4,7 bilhões em agosto de 2025, ante déficit de US$7,2 bilhões em agosto de 2024. Nessa comparação, o superávit da balança comercial aumentou US$1,7 bilhão e o déficit em serviços diminuiu US$1,1 bilhão. O déficit em renda primária aumentou US$379 milhões e o resultado da renda secundária permaneceu inalterado. O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em agosto de 2025 somou US$76,2 bilhões (3,51% do PIB), ante US$78,7 bilhões (3,66% do PIB) em julho e US$43,6 bilhões (1,95% do PIB) em agosto de 2024.
A balança comercial de bens foi superavitária em US$5,5 bilhões em agosto de 2025, ante saldo positivo de US$3,7 bilhões em agosto de 2024. As exportações de bens somaram US$30,0 bilhões, aumento de 3,8%, enquanto as importações de bens diminuíram 2,6%, totalizando US$24,5 bilhões.
O déficit na conta de serviços totalizou US$4,2 bilhões em agosto de 2025, ante déficit de US$5,3 bilhões em agosto de 2024, redução de 20,3%. Ocorreram recuos nas despesas líquidas de transporte, 21,5%, totalizando US$1,2 bilhão; de propriedade intelectual, 18,6%, para US$637 milhões; de serviços de telecomunicação, computação e informações, 6,6%, que somaram US$561 milhões; e de aluguel de equipamentos, 5,5%, totalizando US$934 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais situaram-se no mesmo patamar das de agosto de 2024, US$1,2 bilhão.
O déficit em renda primária somou US$6,3 bilhões em agosto de 2025, 6,4% acima do déficit de US$6,0 bilhões de agosto de 2024. As despesas líquidas com juros aumentaram 9,3% totalizando US$1,5 bilhão e as despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, aumentaram 5,2% em comparação a agosto de 2024, atingindo US$4,9 bilhões.
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$8,0 bilhões em agosto de 2025, ante US$8,2 bilhões em agosto de 2024. Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$6,3 bilhões, compreendendo US$2,3 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos e US$4,0 bilhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia somaram ingressos líquidos de US$1,7 bilhão. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$69,0 bilhões (3,18% do PIB) no mês, ante US$69,2 bilhões (3,22% do PIB) em julho e US$71,2 bilhões (3,18% do PIB) em agosto de 2024.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$2,8 bilhões em agosto de 2025, resultado de saídas líquidas de US$464 milhões em ações e fundos de investimento e ingressos líquidos de US$3,3 bilhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em agosto de 2025, os investimentos em carteira registraram ingressos líquidos de US$3,4 bilhões.
Reservas internacionais
As reservas internacionais somaram US$350,8 bilhões em agosto de 2025, incremento de US$5,7 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por paridades, US$2,0 bilhões; por preços, US$1,7 bilhão; retorno de linhas com recompra, US$900 milhões; e receitas de juros, US$777 milhões.
( da redação com informações de asssessoria. Edição: Política Real)