31 de julho de 2025
ECONOMIA

Banco Central divulga o seu Relatório de Política Monetária de setembro; veja a íntegra do texto

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Por ˜ao
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BC divulga relatório Foto: Imagem do relatório do BC

(Brasília-DF, 25/09/2025). Nesta quinta-feira, 25, o Banco Central divulgou o seu Relatório de Política Monetária de setembro.

Veja AQUI a íntegra do texto.  A Política Real destaca, a partir daqui,  o Sumário Executivo.

Veja o Sumário executivo:

O ambiente externo mantém-se adverso e segue exigindo cautela por parte de países emergentes, em ambiente marcado por tensão geopolítica. O cenário se mostra incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos (EUA). Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais.

No cenário doméstico, o conjunto de indicadores de atividade econômica aponta, conforme esperado, para certa moderação do crescimento, enquanto o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. O Produto interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, após alta de 1,3% no trimestre anterior, com diminuição da taxa de crescimento nos setores menos sensíveis ao ciclo econômico e manutenção do ritmo de crescimento nos setores mais cíclicos. Já a taxa de desocupação voltou a recuar entre abril e julho, para 5,7%, renovando o mínimo da série histórica. A projeção para o crescimento do PIB em 2025 foi revisada ligeiramente para baixo, de 2,1% para 2,0%. A projeção para 2026 é de crescimento de 1,5%.
Apesar de algum recuo desde o Relatório anterior, a inflação ao consumidor permaneceu acima da meta e as expectativas de inflação seguiram desancoradas. A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou de 5,32% em maio para 5,13% em agosto. Em relação às projeções de curto prazo apresentadas no Relatório anterior, houve uma significativa surpresa baixista (-0,59 p.p.), que refletiu principalmente a distribuição do bônus de Itaipu em mês distinto do considerado. O recuo da inflação no período também reflete moderação em alimentação no domicílio e bens industriais, em parte repercutindo a apreciação do real desde o início do ano. Por outro lado, a inflação de serviços segue pressionada, em cenário ainda caracterizado por mercado de trabalho aquecido e hiato do produto positivo.

Nas projeções do cenário de referência, a inflação se mantém acima do limite superior do intervalo de tolerância nos próximos meses e depois, mesmo seguindo movimento de queda iniciado no segundo trimestre, ainda permanece acima da meta. Nesse cenário, após permanecer na faixa de 5,3%-5,5% nos três primeiros trimestres de 2025, a inflação acumulada em quatro trimestres cai para 4,8% no final do ano, 3,6% em 2026 e 3,1% no último período considerado, referente ao primeiro trimestre de 2028. No horizonte relevante de política monetária, considerado como sendo o primeiro trimestre de 2027, a inflação projetada é 3,4%. As projeções de inflação representam a visão do Copom e são condicionais em um conjunto de variáveis, como as trajetórias da taxa Selic oriunda da pesquisa Focus e da taxa de câmbio baseada na teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC). Neste Relatório, utiliza-se o conjunto de informações disponíveis até a 273ª reunião do Copom, realizada em 16 e 17.9.2025.

Na comparação com o Relatório anterior, as projeções de inflação tiveram leve queda para 2025 e estabilidade para o horizonte relevante de política monetária. A projeção para 2025 caiu 0,1 p.p. No horizonte relevante de política monetária, considerado como sendo o primeiro trimestre de 2027, a projeção ficou estável. Entre os fatores que pressionaram a inflação para cima, destacam-se o dinamismo do mercado de trabalho, em contexto de hiato positivo, e o aumento da projeção de energia elétrica residencial, e, como fatores baixistas, destacam-se a apreciação do real e a redução das expectativas de inflação.

Em sua reunião mais recente (273ª reunião), o Copom comunicou:

O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado

 

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)