31 de julho de 2025
CPMI DO INSS

CPMI DO INSS: Careca do INSS disse que sua prisão é “medida extremamente grave, baseada em premissa absolutamente equivocada”; ele disse que prestou serviços para entendiades, mas negou participação em “esquema”

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Por Politica Real com agências
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Careca do INSS se defende Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

(Brasília-DF, 25/09/2025). Nesta quinta-feira, 25, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS", apesar de não querer responder perguntas do relator deputado Alferdo Gaspar(União-SL) se manifestou.

Beneficiado por um habeas corpus do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), o “Careca do INSS” está desobrigado de prestar o compromisso de dizer a verdade.

Antes dos questionamentos do relator, o depoente fez um breve pronunciamento à CPMI. Ele classificou a prisão preventiva como “uma medida extremamente grave, baseada em premissa absolutamente equivocada”.

O empresário disse que as denúncias contra ele foram motivadas por “mentira, inveja e calúnia” de um antigo parceiro comercial “insatisfeito após reiteradas de extorsão frustradas”. Ele admitiu que uma de suas empresas prestou serviços a entidades responsáveis pelos descontos irregulares nas aposentadores. Mas negou participação no esquema.

“ A minha empresa sempre prestou serviços a associações tendo como destinatário final o aposentado associado, mas sem qualquer ingerência ou responsabilidade sobre os descontos incidentes em seus benefícios previdenciários. Tais descontos eram realizados diretamente pelas associações. Caso algum aposentado tenha sofrido descontos indevidos, a responsabilidade a ser apurada recai sobre as associações que eventualmente promoveram a inclusão dessas pessoas em seus quadros associativos e sem a devida anuência — jamais sobre a minha empresa, que se limitava à prestação de serviços contratados por tais entidades — disse Antunes.

Acareação

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) propôs uma acareação entre o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes e o economista Rubens Oliveira Costa. Em depoimento à CPMI, Costa disse que uma empresa do “Careca” teria repassado dinheiro a duas firmas ligadas a servidores públicos.

O depoente desta quinta-feira concordou com a acareação. Eliziane Gama propôs ainda que ele firmasse um termo de colaboração premiada com a comissão, mas o empresário recusou.

“Sabe por que não cogito fazer isso? Porque não tenho nada que falar. Minha participação nesse mercado é privada. Não participo de qualquer associação, em qualquer grau de decisão que seja. Não teria por que fazer uma colaboração premiada, porque não tenho nada a acrescentar “. disse.

O senador Jorge Seif (PL-SC) perguntou qual a ligação entre o “Careca do INSS” e o senador Weverton (PDT-MA). Segundo matérias publicadas pela imprensa, o empresário teria visitado o gabinete e participado de um churrasco na casa do parlamentar. O depoente disse que estava interessado no processo de regularização de produtos à base de cannabis.

“Na época, eu estava com a representação de uma marca internacional de produtos à base de cannabis. Fui ao “costelão” na casa dele (senador Weverton) para tratar do assunto. Não tenho pauta com o governo. A aproximação foi apenas para tentar entender como anda o processo regulatório de cannabis aqui no Brasil. Meramente isso “, afirmou.

Questionado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes atribuiu as denúncias contra ele a “desinformação e fake news”.

“Foi dado início a um enredo fantasioso sobre um personagem — esse “Careca do INSS, que não sou eu. Isso nada mais é do que uma narrativa fantasiosa. Nunca fui, não sou e nunca serei esse “Careca do INSS” que estão falando. Se eu tivesse qualquer intenção de sonegar e mentir, por que eu estaria aqui com um habeas corpus que me garante o direito de não estar aqui? “,  questionou o depoente.

Bate-boca

A reunião da CPMI chegou a ser suspensa pela manhã, após um bate-boca entre parlamentares e o advogado do depoente. O criminalista Cleber Lopes protestou depois de o relator, deputado Alfredo Gaspar, dizer que o advogado era “pago com dinheiro roubado do povo brasileiro”. Ao retomar a reunião, o presidente da comissão parlamentar mista de inquérito, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu que “todos se manifestassem de forma ordeira, urbana e em respeito ao depoente”.

( da redação com informações de assessoria e Ag. Senado. Edição: Política Real)