Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, foi condenado a 5 anos de prisão por associação criminosa
Sarkozy foi acusado de aceitar contribuições para a campanha eleitoral da qual saiu vitorioso, em 2007, do antigo ditador líbio Muammar Kadafi
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(Brasília-DF, 25/09/2025) Nesta quinta-feira, 25, o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, foi condenado por um tribunal de Paris a a cinco anos de prisão por associação criminosa. Por outro lado, o ex-presidente da França foi absolvido dos crimes de corrupção e recebimento de financiamento ilegal de campanha. Mandatário francês entre 2007 e 2012, ele nega as acusações.
Sarkozy foi acusado de aceitar contribuições para a campanha eleitoral da qual saiu vitorioso, em 2007, do antigo ditador líbio Muammar Kadafi, por intermédio do empresário franco-libanês Ziad Takieddine.
A juíza Nathalie Gavarino disse que Sarkozy, como ministro em exercício e líder partidário na época, "permitiu que seus colaboradores próximos e apoiadores políticos, sobre os quais ele tinha autoridade e que agiam em seu nome", abordassem as autoridades líbias "a fim de obter ou tentar obter apoio financeiro".
Takieddine, que morreu na última terça-feira em Beirute, alegou ter repassado ao chefe de gabinete de Sarkozy um total de 5 milhões de euros (cerca de R$ 31 milhões) em dinheiro vivo entre 2006 e 2007.
Ele argumentou que, em troca, Sarkozy deveria ajudar a reabilitar a imagem de Kadafi no exterior, numa época em que poucos queriam negociar com o ditador líbio, amplamente visto como o orquestrador do atentado à bomba contra o voo 103 da Pan Am.
O avião havia decolado de Londres com destino a Nova York e explodiu no ar, caindo na cidade escocesa de Lockerbie, em 21 de dezembro de 1988, matando 270 pessoas, de 21 nacionalidades diferentes.
Kadafi foi morto por opositores em 2011, em meio à agitação da Primavera Árabe e à intervenção da Otan na Líbia.
Juntamente com o marido, a esposa de Sarkozy, Carla Bruni-Sarkozy, é acusada de pressionar testemunhas a permanecerem em silêncio.
Reviravoltas do processo
O caso passou por uma série de reviravoltas quando Takieddine primeiramente retirou a acusação, mas, em seguida, voltou atrás.
Junto com o casal Sarkozy, outros 11 réus também foram acusados. Entre eles estão o ex-chefe de gabinete de Sarkozy, Claude Gueant, o chefe de financiamento de campanha, Eric Woerth, e o ex-ministro Brice Hortefeux. Todos negam as acusações.
A acusação baseia-se no testemunho de vários ex-dignitários líbios, bem como em viagens à Líbia realizadas por Gueant e Hortefeux e em notas pertencentes ao ex-ministro do Petróleo líbio Shukri Ghanem, encontrado morto em Viena em 2012.
Este é o mais recente de uma série de processos por corrupção contra o ex-presidente francês, que já foi condenado em outras duas oportunidades e destituído da mais alta condecoração do país, a Legião de Honra.
( da redação com informações da DW,AFP, AP. Edição: Política Real )