Além de mulher de Alexandre de Moraes e AGU Jorge Messias, houve sanções contra outras autoridades da Justiça Federal e Justiça Eleitoral
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( Brasília-DF, 22/09/2025). No final da tarde desta segunda-feira, 22, o Governo dos Estados Unidos depois de sancionar com a Lei Magnistsky a advogada Viviane Moraes, seus filhos, o Lex Instituto e suspender o visto do advogado geral da União, Jorge Messias
Ouve um pacote de medidas contra outras autoridades - e seus familiares diretos -, todas ligadas ao Judiciário e à Justiça Eleitoral, também tiveram o visto americano suspenso nesta segunda, segundo uma fonte ligada ao Departamento de Estado americano:
Airton Vieira, foi juiz instrutor do gabinete de Moraes e hoje é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP);
Benedito Gonçalves, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele foi relator da ação que deixou Bolsonaro inelegível;
Cristina Yukiko Kusahara Gomes, chefe de gabinete de Alexandre de Moraes
José Levi, ex-advogado-Geral da União (2020-2021) no governo Bolsonaro, assumiu, em 2022, a secretaria-geral da presidência do TSE, comandado por Moraes na época;
Marco Antonio Martin Vargas, ex-juiz auxiliar de Moraes quando ele comandou o TSE, em 2022, hoje é desembargador no TJ-SP;
Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
Em Nova York para a Assembleia da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedia uma entrevista a um canal de televisão americano quando soube da notícia sobre as sanções, informada por um de seus assessores.
Finalizada a entrevista, Lula e seus assessores conversaram e decidiram que ficaria a cargo do Itamaraty dar uma resposta, já que as medidas foram comunicadas pelo Departamento de Estado americano.
Em nota, o Itamaraty afirmou ter recebido a notícia "com profunda indignação" e que o recurso utilizado por Trump é uma "ofensa aos 201 anos de amizade entre os dois países".
"Esse novo ataque à soberania brasileira não logrará seu objetivo de beneficiar aqueles que lideraram a tentativa frustrada de golpe de Estado, alguns dos quais já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal. O Brasil não se curvará a mais essa agressão", diz a nota.
Não há previsão, por enquanto, de uma manifestação do governo além da nota do Itamaraty. Mas a expectativa entre os assessores da presidência é que o tema seja tratado no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU.
Até então, a possibilidade da aplicação de novas sanções pelos EUA durante a passagem de Lula pelo país era tratada como remota por interlocutores do presidente.
O cálculo era de que os EUA sabiam que se fizessem isso, dariam ainda mais munição para o discurso de Lula na abertura do evento, que tradicionalmente é aberto com um discurso do presidente brasileiro, seguido por seu homólogo americano.
No entanto, mesmo considerando a hipótese remota, o governo brasileiro não descartava totalmente a possibilidade de novas sanções.
( da redação com informações de agências, BBC e Ag. Brasilk. Edição: Política Real)