31 de julho de 2025
FRANÇA

Protestos reuniram ao menos 500 mil pessoas contra medidas de austeridade do Governo de Emmanuel Macron; manifestação tiveram violência e mobilizaram milhares de policiais

A França vive uma crise política e econômica que já exigiu ao presidente francês Emmanuel Macron nomear sete primeiros-ministros durante a sua gestão

Por Política Real com agências
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Protestos na França, mas houve protestos violentos, sim Foto: X do Tv2000.it

Com agências.

(Brasília-DF, 18/09/2025) Como já se esperava protestos em massa  foram realizados contra medidas de austeridade na França nesta quinta-feira ,18. Segundo o Ministério do Interior francês, ao menos 500 mil manifestantes foram às ruas para pressionar contra cortes no projeto orçamentário de 2026 que será apresentado pelo novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu.

A França vive uma crise política e econômica que já exigiu ao presidente francês Emmanuel Macron nomear sete primeiros-ministros durante a sua gestão. O país enfrenta forte déficit fiscal e um descontrole da dívida pública que têm exigido medidas de austeridade e derrubado a popularidade de Macron.

O país chegou a propor até mesmo eliminar dois feriados nacionais para corrigir o problema, embora Lecornu já tenha anunciado que a medida será retirada.

Lecornu e Macron enfrentam pressão, de um lado, dos manifestantes e partidos de esquerda contrários aos cortes, e, de outro, de investidores preocupados com o déficit da segunda maior economia da zona do euro. Nenhum dos três principais blocos parlamentares tem maioria.

Sindicatos convocam greve geral

A mobilização foi convocada por uma ampla aliança de sindicatos, que argumentam que as medidas podem ameaçar a subsistência de trabalhadores, aposentados e famílias de baixa renda.

Manifestantes também pedem o cancelamento dos planos fiscais do governo anterior, mais investimentos em serviços públicos, aumento de impostos para os mais ricos e a reversão da reforma da Previdência, que aumentou o tempo de contribuição para se aposentar.

Muitos aderiram a greves em todo o país, afetando o funcionamento de farmácias, escolas e o transporte público. Diversos bloqueios de ruas foram montados pela manhã em garagens de ônibus, centros de tráfego e escolas, enquanto dezenas de manifestantes chegaram a invadir brevemente o pátio do Ministério da Economia.

Na capital, a polícia lançou gás lacrimogêneo em várias ocasiões para dispersar manifestantes que arremessavam latas e pedras. Os agentes também intervieram para impedir tentativas de vandalizar sedes de bancos.

Cerca de 80 mil policiais foram mobilizados, incluindo unidades de choque, drones e veículos blindados. Até o momento, mais de 180 pessoas foram detidas, 30 delas em Paris.

"A raiva é imensa, e a determinação também. Minha mensagem para o sr. Lecornu hoje é esta: quem deve decidir o orçamento são as ruas", disse Sophie Binet, líder do sindicato CGT.

( da redação. Com DW, DPA. Edição: Política Real)