31 de julho de 2025
AMAZÔNIA

Lula, ao inaugurar Cooperação Policial Internacional da Amazônia, manda recado a Donald Trump afirmando que “não precisamos de intervenções estrangeiras”

Evento contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e da vice-presidente do Equador, María José Pinto

Por Política Real com assessoria
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Lula e Petro, da Colômbia, e Maria José, do Equador, junto com o ministro Ricardo Lewandowski Foto: Ricardo Stuckert:

(Brasília-DF, 09/09/2025) Nesta terça-feira, Governo do Brasil inaugurou o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), em Manaus.

O espaço é considerado um marco na integração entre forças de segurança da região e na cooperação internacional para o enfrentamento do crime organizado transnacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua fala,ao destacar a capacidade de o Brasil e seus vizinhos protegerem as fronteiras amazônicas e de combater o crime organizado, fez uma crítica indireta às movimentações militares recentes dos Estados Unidos, que enviaram tropas para as proximidades da Venezuela, sob o pretexto de combater o tráfico de drogas:

“Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de construir nossas próprias soluções. Este centro é a materialização da ação integrada e da cooperação”, afirmou Lula.

Lula lembrou que o crime organizado atua de forma transnacional, articulando redes complexas que atravessam fronteiras. Segundo o presidente, o novo centro permitirá coordenar investigações, compartilhar inteligência e realizar operações conjuntas. “O CCPI Amazônia será um espaço estratégico de intercâmbio diário de experiências e de uso de tecnologia de ponta. Juntos, seremos mais fortes e eficazes”, completou.

O presidente também ressaltou os resultados recentes do Plano Amas, que, em 2024, conduziu quase 200 operações contra crimes ambientais e organizações criminosas. Ele citou a apreensão de mais de 250 milhões de dólares em bens de acusados, além da inutilização de maquinário avaliado em 60 milhões de dólares em garimpos ilegais. “Estamos desarticulando redes criminosas que destroem a floresta e exploram populações vulneráveis. A Amazônia não pode ser refém do crime”, disse.

A solenidade contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, da vice-presidente do Equador, María José Pinto, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O CCPI Amazônia reúne representantes de nove estados da Amazônia Legal e de nove países sul-americanos que compartilham fronteiras na região, com o objetivo de fortalecer a atuação conjunta contra organizações criminosas que exploram vulnerabilidades amazônicas para tráfico de drogas, contrabando, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.

(  da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)