31 de julho de 2025
MERCADOS

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil expectativa de queda no IPCA-15

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Por Política Real com agências
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Mercados em queda Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 26/08/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil é dia de IPCA-15 com expectativa de queda de 024%.

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Mercados globais

Nesta terça-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,1%) após Donald Trump anunciar a remoção da governadora Lisa Cook do Federal Reserve, movimento sem precedentes que deve ser contestado judicialmente. O episódio amplia a pressão do presidente sobre a independência do banco central, enquanto investidores aguardam o balanço da Nvidia amanhã e novos dados econômicos. Ontem, o S&P 500 -0,4% e o Nasdaq -0,2%, interrompendo a sequência positiva da semana passada.

Na Europa, os mercados operam em queda (Stoxx 600: -0,7%), pressionados sobretudo pela França (CAC 40: -1,8%), após o primeiro-ministro François Bayrou convocar um voto de confiança para 8 de setembro sobre seu plano fiscal. A proposta prevê EUR 44 bi em cortes de gastos para reduzir o déficit de 5,8% do PIB em 2024, incluindo congelamento de benefícios sociais e impostos. A incerteza política aumenta a volatilidade, enquanto investidores também reagem ao episódio envolvendo a remoção de Lisa Cook no Fed.

Na China, os mercados recuaram (HSI: -1,2%; CSI 300: -0,4%), interrompendo a sequência de quatro altas. A queda refletiu o aumento da retórica de Trump, que ameaçou impor tarifas de até 200% caso Pequim não exporte ímãs de terras-raras para os EUA. O movimento negativo foi acompanhado por perdas no Japão (Nikkei: -1,0%) e Coreia do Sul (Kospi: -1,0%).

IBOVESPA +0,04% | 138.025 Pontos.  CÂMBIO – 0,22% | 5,41/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou a segunda-feira praticamente estável, em leve alta de 0,04%, aos 138.025 pontos, em um dia de agenda econômica mais esvaziada e após ter avançado 2,6% na sessão de sexta-feira.

O principal destaque positivo do dia foi Pão de Açucar (PCAR3, +9,0%), após aumento de participação da família Diniz na companhia. Na ponta negativa, Rumo (RAIL3, -3,1%) recuou após um banco de investimentos cortar a estimativa de preço-alvo para o papel.

Nesta terça-feira, a agenda econômica inclui a divulgação do IPCA-15 referente a agosto no Brasil.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a sessão de segunda-feira com fechamento da curva nos vértices mais longos, acompanhando o movimento dos Treasuries nos EUA. No Brasil, a queda nas expectativas de inflação para os próximos anos, conforme o Boletim Focus, reforçou a confiança do mercado em novos cortes da Selic. Já nos EUA, o ajuste das expectativas após o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, apesar do tom cauteloso, foi interpretado como sinalização para possível afrouxamento monetário já em setembro. Com isso, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,70% (-5,41bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,26% (-5,74bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (-1,2bps); DI jan/27 em 13,9% (-5,6bps); DI jan/29 em 13,19% (-7,8bps); DI jan/31 em 13,55% (-7,5bps).

IFIX

O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) iniciou a semana praticamente estável, com leve alta de 0,07%. Na agenda local, o destaque foi a divulgação do Boletim Focus, que apontou queda nas expectativas de inflação para os próximos anos, reforçando a confiança do mercado no início de cortes da Selic em um futuro próximo.

No desempenho setorial, os fundos de papel foram o principal destaque do pregão, com avanço médio de 0,20%, enquanto os fundos de tijolo registraram alta média de 0,11%. Entre as maiores valorizações individuais do dia, destacaram-se URPR11 (3,4%), PATL11 (2,6%) e PORD11 (2,5%). Já entre as principais quedas, figuraram LIFE11 (-1,6%), HSML11 (-1,4%) e DEVA11 (-1,3%).

Economia

Conforme divulgado ontem no Boletim Focus do Banco Central, a mediana das projeções para a inflação de 2025 recuou de 4,95% para 4,86%, a 13ª semana consecutiva de queda. Para 2026, a mediana caiu pela sexta semana seguida, de 4,40% para 4,33%. Ademais, em relação a 2027, a projeção declinou para 3,97%, o primeiro movimento baixista após 26 semanas de estabilidade em 4,00%. A desaceleração da atividade econômica – embora gradual –, a dinâmica mais benigna da inflação corrente, a queda das expectativas inflacionárias e a acomodação da taxa de câmbio em níveis mais apreciados sustentam nosso cenário de flexibilização da política monetária a partir de janeiro de 2026. Projetamos que a taxa Selic recuará dos atuais 15,00% para 12,00% até o segundo semestre do ano que vem.

Hoje, a divulgação do IPCA-15 de agosto – prévia da inflação mensal – estará no centro das atenções. Estimamos recuo de 0,24% em comparação a julho, com destaque ao efeito do bônus de Itaipu (isto é, decréscimo na tarifa de energia elétrica). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses deve cair de 5,30% para 4,84%. Ainda na agenda doméstica, o Banco Central publicará as estatísticas do setor externo referentes a julho. Esperamos déficit em conta corrente de US$ 5,3 bilhões e ingressos líquidos de Investimento Direto no País (IDP) de US$ 7,0 bilhões.  

No cenário internacional, o Presidente Donald Trump decidiu remover Lisa Cook do seu cargo de Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), com efeito imediato. Trump alega que Cook, indicada pelo ex-Presidente Joe Biden em 2022, cometeu fraude hipotecária ao supostamente nomear duas propriedades diferentes como sua residência principal ao mesmo tempo. A demissão pode desencadear um impasse judicial, com acionamento da Suprema Corte. O movimento aumenta as preocupações sobre a independência do Fed sob o governo Trump, já que o Presidente tem criticado repetidamente o banco central por não cortar as taxas de juros.  

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)