31 de julho de 2025
BRASIL X ISRAEL

Israel rebaixa relações diplomáticas com o Brasil após negativa de embaixador representar aquele país em Brasília

Celso Amorin disse que Brasil não concedeu autorização pois Brasil não tem mais embaixador em Israel após episódio de humilhação

Por Política Real com agências
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Lula e Netanyahu em lados opostos do Mundo Foto: Montagem BBC

Com agência

(Brasília-DF, 25/08/2025). Nesta segunda-feira, 25, o Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou que vai "rebaixar" as relações com o Brasil, porque o Itamaraty vem ignorando desde janeiro a indicação do diplomata Gali Dagan para assumir a embaixada de Israel em Brasília.

As informações são do jornal "The Times of Israel". O diplomata não assumiu o posto até o momento, pois a concessão de uma autorização do país que o recebe, chamada de "agrément", praxe em todas as relações entre países, nunca ocorreu. O pedido está até hoje em processo de análise pelo governo brasileiro.

Israel retirou a indicação de Dagan e acrescentou que não submeterá novo nome ao Itamaraty, declarando que as relações com o Brasil serão conduzidas "em um patamar inferior" diplomaticamente.

"Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior", diz um comunicado do ministério.

O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse ao site de notícias G1 que não houve veto contra Dagan, e que a ausência do agrément é uma resposta ao tratamento recebido pelo ex-embaixador do Brasil.

"Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?", disse Amorim ao site.

No episódio citado por Amorim, o então embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi convidado pelo, à época chanceler Israel Katz, a uma visita ao Museu do Holocausto após o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva comparar as dezenas de milhares de mortes de civis palestinos na Faixa de Gaza ao genocídio ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.

Na ocasião, Katz aproveitou para as câmeras públicas para, ao lado do embaixador, criticar o posicionamento brasileiro e declara o presidente brasileiro persona non-grata no país. Em maio de 2024, o Itamaraty retirou seu embaixador de Tel Aviv e não indicou um novo substituto.

"Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado", classificou Amorim à época.

( da redação com informações da Sputnik News. Edição: Política Real)