PNAD CONTÍNUA DOMICÍLIOS: Proporção de idosos continua aumentando e chega a 11,2% da população; de 2012 a 2024, percentual de brancos tem queda em todas as regiões
A distribuição da população por grupos etários mostra uma tendência envelhecimento da população.
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(Brasília-DF, 22/08/2025) Na manhã desta sexta-feira, 22, o IBGE divilgou a sua pesquisa Características Gerais dos Domicílios e Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a primeira divulgação anual após a reponderação dos dados com base no Censo 2022.
Proporção de idosos continua aumentando e chega a 11,2% da população
A distribuição da população por grupos etários mostra uma tendência envelhecimento da população. Em 2012, a população com menos de 30 anos de idade era 49,9% do total, passando para 41,9%, em 2024. Já a população de 30 anos ou mais cresceu no período 2012-2024, passando de 50,1% a 58,1%. Entre os idosos, destaca-se a expansão da participação das pessoas de 65 anos ou mais de idade, que atinge 11,2% da população total em 2024.
“Na população com menos de 30 anos, destaca-se a queda da participação das pessoas de 5 a 13 anos, que passou de 14,6% para 12,3%, e das pessoas de 14 a 17 anos de idade, que passou de 7,1% para 5,6%”, explica William. “Entre 2012 e 2024, a população de menos de 30 anos sofreu não apenas uma redução de sua participação na população total, mas também uma redução de 9,4% no contingente, passando de 98,2 milhões para 89,0 milhões de pessoas”.
Em 2024, as mulheres correspondiam a 51,2% da população do Brasil, enquanto os homens totalizavam 48,8%. Em todas as grandes regiões, há mais mulheres do que homens.
A razão de sexo indica haver 95,2 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A concentração de homens mostrou-se mais elevada na Região Norte, com 99,3 homens para 100 mulheres, ao passo que as regiões Nordeste (93,0) e Sudeste (94,9) apresentam as menores razões de sexo. “Entre os fatores que podem influenciar as diferenças regionais desse indicador, podemos citar os fluxos migratórios e os diferenciais de mortalidade entre as grandes regiões”, comenta William.
A população masculina apresenta padrão mais jovem que a feminina. Em 2024, para todos os grupos etários até 24 anos, os homens têm estimativa superior à das mulheres. No grupo etário de 25 a 29 anos, os contingentes de homens e mulheres eram muito próximos, ficando em cerca de 3,9% da população total. A partir dos 30 anos, no entanto, o percentual de mulheres era superior ao dos homens em todas as faixas de idade.
Como a mortalidade dos homens é maior que a das mulheres em cada grupo etário, observa-se maior concentração de mulheres entre a população idosa. A razão de sexo calculada para a população de 60 anos ou mais foi de 78,9 homens para cada 100 mulheres, e para os idosos de 70 anos ou mais de idade foi de 72,3.
De 2012 a 2024, percentual de brancos tem queda em todas as regiões
Entre 2012 e 2024, o percentual da população que se declarava de cor ou raça branca caiu 4,3 pontos percentuais (p.p.), passando de 46,4%, em 2012, para 42,1%, em 2024, o menor percentual da série. Já a proporção de pessoas declaradas pretas subiu de 7,4% em 2012 para 10,7% em 2024, uma diferença de 0,1 p.p. em relação a 2023. Já para a cor ou raça parda, houve pouca variação em relação a 2012, de 45,5% para 46,1%.
A participação da população declarada de cor ou raça branca se reduziu em todas as grandes regiões de 2012 para 2024, com destaque para a Região Sul (-7,4 p.p.). No Nordeste, houve a principal expansão da participação das pessoas de cor ou raça preta (4,7 p.p.).
Sudeste tem a maior proporção de domicílios unipessoais
Em 2024, o arranjo domiciliar mais frequente foi o nuclear, que correspondia a 65,7% do total de domicílios, mas que apresentou queda em relação a 2012 (68,4%). O arranjo nuclear consiste em um único núcleo formado pelo casal, com ou sem filhos (inclusive adotivos e de criação) ou enteados. São também nucleares as unidades domésticas compostas por mãe com filhos ou pai com filhos, as chamadas monoparentais.
A unidade estendida, constituída pela pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadra em um dos tipos descritos como nuclear, correspondia a 14,5% em 2024, com redução de 3,4 p.p. em relação a 2012.
Já as unidades domésticas unipessoais, ou seja, compostas apenas por um morador, tiveram crescimento no período, passando de 12,2% para 18,6%, um crescimento de 6,4 p.p. As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam os percentuais mais elevados de domicílios com apenas um morador (19,6% e 19,0%, respectivamente), ao passo que a Região Norte registrou a menor proporção (15,2%).
“Nos grandes centros, é mais comum as pessoas migrarem por razões profissionais. Primeiro vão e moram sozinhas, para se estabelecer em um novo emprego, e só depois trazer a família. Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais são estados atrativos para mão de obra, por serem centros maiores”, explica William.
Ao analisar o padrão etário das pessoas em arranjos unipessoais, 12,5% tinham de 15 a 29 anos; 47,0% situavam-se na faixa de 30 a 59 anos; e 40,5% eram pessoas de 60 anos ou mais de idade.
As mulheres eram 44,9% das pessoas que moravam sozinhas em 2024, enquanto os homens eram 55,1%. Há marcantes diferenças entre homens e mulheres que moravam sozinhos quanto ao perfil etário: 57,2% dos homens em arranjos unipessoais tinham 30 a 59 anos, seguidos por aqueles de 60 anos ou mais (28,2%); e, entre as mulheres, a maioria situava-se na faixa de 60 anos ou mais de idade (55,5%).
“O perfil de domicílios unipessoais também é formado por pessoas que estão no final do ciclo da vida, em sua maioria mulheres, cujos filhos saíram de casa para formar suas famílias, ou com o parceiro já falecido”, diz William.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua: Características Gerais dos Domicílios e Moradores reúne informações sobre tipo e condição de ocupação, material predominante das paredes, piso e telhado, serviços de saneamento básico e energia elétrica e posse de bens, dados referentes à caracterização dos domicílios.
Já a caracterização dos moradores apresenta informações sobre distribuição da população, sexo e grupos de idade, cor ou raça e unidades domésticas (arranjos domiciliares). Os dados estão desagregados para Brasil, grandes regiões, unidades da federação, regiões metropolitanas e municípios de capitais.
( da redação com informações de assessoria e da Ag. IBGE. Edição: Política Real)