31 de julho de 2025
PNAD CONTÍNUA

PNAD CONTÍNUA DOMICÍLIOS: Veja mais dados sobre os domicílios brasileiros e chama atenção que a quantidade de domicílios alugados tenha aumentado em 5,6 milhões de 2016 para 2024

A maior parte dos domicílios, 61,6% (47,7 milhões), eram próprios já pagos, e 6,0% (4,7 milhões) eram próprios, porém ainda pagando

Por Política Real com assessoria
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PNAD contínua revelando que aumentaram os imoveis alugados Foto: site do IBGE

(Brasília-DF, 22/08/2025) Na manhã desta sexta-feira, 22, o IBGE divilgou a sua pesquisa Características Gerais dos Domicílios e Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a primeira divulgação anual após a reponderação dos dados com base no Censo 2022.

Do total de domicílios do país em 2024, 89,3% (69 milhões) possuem paredes externas de alvenaria/taipa com revestimento. Esse contingente representa uma alta de 2,0% em relação a 2023 e de 17,4% frente a 2016, crescimento maior que o do número de domicílios no país, que foi de 15,9%. Essa proporção variou de 71,2%, no Norte, a 94%, no Sudeste. A Região Sudeste apresentou queda na proporção de domicílios nessa categoria, passando de 95,2% para 94%.

O Norte é a grande região com a menor proporção de domicílios com parede de alvenaria ou taipa com revestimento, porém indicou o maior crescimento. “Esse movimento de alta pode ser explicado por ser uma localidade com mais espaço para expandir dada a sua cobertura menor. Além disso, pode estar relacionado ao próprio aumento da renda domiciliar per capita”, avalia o analista da pesquisa.

As outras categorias representaram: 0,4% (309 mil), outro material, como madeira aproveitada de tapumes e embalagens; 6,7% (5,2 milhões), alvenaria/taipa sem revestimento; 3,6% (2,8 milhões), madeira apropriada para construção.

Oito em cada 10 domicílios têm piso de cerâmica, lajota ou pedra

Em 2024, o piso era de cerâmica, lajota ou pedra em 82,3% (63,6 milhões) dos domicílios, predominando em todas as grandes regiões: de 69,3%, no Norte, a 89,4%, no Centro-Oeste. Em 11,5% (8,9 milhões) dos domicílios, o piso era de cimento, enquanto em 5,7% (4,4 milhões), de madeira apropriada para construção. Outro material, incluindo madeira aproveitada de embalagens, tapumes ou andaimes, era utilizado em 0,5% (395 mil) dos domicílios.

Quase metade dos domicílios têm telha sem laje de concreto

Cerca de 49,3% (38,1 milhões) dos domicílios possuíam telha sem laje de concreto em 2024. Já 32,8% (25,3 milhões) tinham telha com laje de concreto, 15,2% (11,7 milhões), somente laje de concreto e 2,7% (2,1 milhões) utilizavam outro material. Em relação a 2016, destaque para a queda do percentual de domicílios com telha sem laje de concreto (de 52,0% para 49,3%) e o aumento da proporção daqueles com cobertura de telha com laje de concreto (de 31,8% para 32,8%).

Quantidade de domicílios alugados aumenta em 5,6 milhões de 2016 para 2024

Em 2024, do total de domicílios do país, 23,0% eram alugados. O número de domicílios alugados passou de 12,3 milhões, em 2016, para 17,8 milhões, em 2024, um aumento de 45,4% (5,6 milhões a mais). Quase metade (2,6 milhões) dessa variação no total de domicílios alugados aconteceu de 2022 para 2024. Na comparação com 2023, o crescimento foi de 5,3% (896 mil domicílios), e de 2022 para 2023, de 11% (1,7 milhão).

A maior parte dos domicílios, 61,6% (47,7 milhões), eram próprios já pagos, e 6,0% (4,7 milhões) eram próprios, porém ainda pagando. De 2016 para 2024, houve uma contínua redução de domicílios próprios, principalmente entre os já pagos (66,8% em 2016). “Essa redução de 5,2 pontos percentuais ao longo dos anos em domicílios próprios, combinada ao aumento de domicílios alugados, indica uma concentração de riqueza nesse período. Se não se criam oportunidades para a população adquirir o seu imóvel, as pessoas precisam partir para o aluguel. Ao passo que temos também na economia um processo muito longo de inflação e salário reduzidos, o que cria mais dificuldades para as pessoas alavancarem seu patrimônio”, avalia William.

Norte (70,0%) e Nordeste (69,6%) registraram as maiores estimativas de domicílios próprios já pagos em 2024, mesmo com redução desde 2016, quando eram 74,2% e 73,1%, respectivamente. Centro-Oeste (30,8%), Sudeste (25,4%) e Sul (23,0%) apresentaram os maiores percentuais de domicílios alugados. No Centro-Oeste, destaque também aos imóveis cedidos, que representavam 10,7% dos domicílios da região

Posse de motocicletas supera a de automóveis no Norte e Nordeste

No país, quase a metade (48,8%) dos domicílios possuem automóvel; 25,7%, motocicleta; e 13,4%, ambos. O Sul apresenta o maior percentual de posse de automóvel (69%). Já Nordeste e Norte têm as menores proporções desse bem (28,8% e 29,7%, respectivamente), sendo as únicas regiões onde a posse de motocicleta (37,9% e 33,5%, respectivamente) superou a de automóveis. Já o Sudeste tem a menor proporção de domicílios onde havia motocicleta (19,4%), enquanto o Centro-Oeste tem maior percentual de lares com posse de ambos os bens (18,7%).

A PNAD Contínua revela também que 98,3% dos domicílios possuem geladeira, percentual que variou entre 93,9%, no Norte, e 99,4%, no Sul. Com cobertura bem abaixo, a máquina de lavar roupa está presente em 70,4% dos domicílios, com diferenças regionais acentuadas: Nordeste (40,5%) e Norte (55,4%) apresentam os menores percentuais, enquanto Sul (90,0%), Sudeste (82,3%) e Centro-Oeste (81,5%), os maiores.

Em relação a 2016, Norte e Centro-Oeste têm os maiores crescimentos na proporção de domicílios com máquina de lavar, 14,4 p.p. e 14,6 p.p., respectivamente.

“Quando a família passa a ter maior rendimento, ela busca por mais bem-estar. A máquina de lavar é um item que facilita muito a vida de uma família por motivos óbvios. Os veículos proporcionam também esse aumento de bem-estar, a possibilidade de fazer passeios, de turismo”, avalia William.

( da redação com informações de assessoria e Ag. IBGE. Edição: Política Real)