Sidney Leite, coordenador da Bancada do Norte, defende ampliação das investigações da CPMI do INSS, que ela investigue os bancos
"Dito isto, é fundamental que a gente amplie a apuração, não somente da roubalheira dos descontos dessas instituições, mas também dos bancos.", disse Leite
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(Brasília-DF, 20/08/2025) Após a instalação da CPMI do INSS, em plenário na Ala Alexandre Costa, do Senado Federal, o deputado Sidney Leite (PSD-AM), coordenador da Bancada do Norte, falou a Política Real. Ele é correligionário do senador Omar Aziz (PSD-AM) que foi derrotado afirmou que CPMI não pode ser palco de pré-julgamentos.
Ele defende a ampliação da investigação e que ela investigue os bancos.
Veja a íntegra da entrevista à Política Real.
Política Real: Deputado, e essa mudança que a gente teve na votação e na escolha do comando da comissão?
Sidney Leite: Havia uma indicação pelo Presidente do Senado e pelo Presidente da Câmara, da Relatoria, mas no voto, o colegiado da CPMI escolheu um outro presidente que indicou um outro relator. Mas é importante se destacar o seguinte, o que eu defendo, a CPMI não pode ser um palco para retórica e não pode ser também palco de pré-julgamento. Tem que apurar, investigar e indicar os culpados.
E estou apresentando o requerimento para ampliar a investigação, que ela não se restrinja somente às organizações, seja ela associações, institutos, enfim, sindicatos, mas que a gente possa também investigar os bancos que realizam empréstimos consignados que muitas vezes, segundo apurou o TCU, sem a devida autorização do tomador. Veja bem o seguinte, uma pessoa que é beneficiária da Previdência Social, se hoje ela procurar um banco para fazer um empréstimo, possivelmente ela não consiga chegar sequer à mesa do gerente. Como é que um banco faz um empréstimo para uma pessoa que sequer ela pediu? Nós temos uma fila de milhões de pessoas aguardando o benefício da Previdência Social.
Muitas vezes pessoas chegam a morrer. No meu estado, no Amazonas, em todo o interior do estado, nós estamos falando do maior estado da federação, nós não temos um médico perito em todo o interior do estado. Há um vazio dessa pessoa que é tão importante no processo de garantir muitas vezes um auxílio-doença e um benefício da Previdência.
Dito isto, é fundamental que a gente amplie a apuração, não somente da roubalheira dos descontos dessas instituições, mas também dos bancos.
Com esses empréstimos consignados, dos juros que foram cobrados, como ocorreu isso? E veja bem o seguinte, tem pessoas que esperam dois anos para conseguir um benefício. No dia que conseguem, no outro dia tem banco ligando e oferecendo empréstimos consignados.
Como é que isso pode? Como é que eles têm acesso a esse estado? Ou seja, nós temos um outro desafio aqui, que nós iniciamos ontem, essa discussão na casa, para votar o mérito desses mais de 50 projetos que estão apensados em um projeto, que é melhorar e blindar o sistema da Previdência Social, que é o maior sistema de inclusão social do país. A CPMI vai passar, mas o INSS vai continuar. E nós não podemos permitir que esse sistema fique vulnerável da forma que está hoje.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)