REAÇÃO: Ricardo Alban, da CNI, diz que as medidas do Plano Brasil Soberano contemplam muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e associações setoriais
“Não queremos só respirar, mas caminhar e, neste primeiro momento, o Plano Brasil Soberano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, destacou.
Publicado em
(Brasília-DF, 13/08/2025) Nesta manhã/tarde de quarta-feira, 13, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), participou da solenidade de anúncio do Plano Brasil Soberano, no Palácio do Planalto, em Brasília, que vem a ser um plano de compensação para os setores econômicos que foram afetados pelo tarifaço do Governo Donald Trump sobre as exportações brasileiras na ordem de 50%.
“Recebemos positivamente pelo fato de contemplar muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e associações setoriais, e também porque englobou dois conceitos básicos: continuar negociando como prioridade e, o segundo, se novas medidas forem necessárias elas serão tomadas”, enfatizou.
Alban esteve ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.
Ricardo Alban considera que as medidas darão um respiro à indústria nacional.
“Não queremos só respirar, mas caminhar e, neste primeiro momento, o Plano Brasil Soberano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, destacou.
“Temos que exacerbar o máximo possível novos acordos bilaterais e do Mercosul, principalmente com a União Europeia. E vamos continuar discutindo tecnicamente e comercialmente, buscando o que é melhor para a nossa indústria, o nosso mercado e a nossa sociedade”, acrescentou o presidente da CNI.
Merecem destaques, entre as medidas apresentadas, a criação de linha de crédito especial com taxas de juros mais acessíveis, que pode chegar a R$ 30 bilhões, o diferimento (por dois meses) do pagamento de tributos federais e a reativação do Reintegra, via elevação de sua alíquota (de até 3,1% para grandes e médias empresas; e até 6% para micros e pequenas). Essas três medidas constam do documento de propostas prioritárias entregue pela CNI ao governo federal.
Acrescente-se, na avaliação da CNI, o Plano Brasil Soberano conta com outras medidas importantes para o socorro das empresas exportadoras, que também atendem a pleitos do setor industrial, como a prorrogação - por um ano - do prazo para exportações no âmbito do regime de Drawback e a melhoria dos instrumentos de garantia à exportação.
Importante ressaltar que todas as medidas apresentadas pelo governo são focadas apenas nas empresas exportadoras que são impactadas pelo aumento das tarifas dos EUA, de forma a assegurar a assertividade e efetividade do plano, além de torná-lo aderente à realidade fiscal do país.
Alban ressaltou a importância da competitividade nacional e da defesa comercial, especialmente diante do cenário global. Ele também criticou os elevados spreads bancários.
“Temos que ter muito cuidado, atenção e agilidade na defesa comercial correta, séria e transparente. Se colocarmos o Brasil como nação em primeiro lugar, tenho certeza de que podemos avançar muito mais”, concluiu Alban, reiterando que a CNI seguirá trabalhando próxima ao governo para negociar e mitigar os impactos das tarifas, preservando a competitividade da indústria nacional.
Na avaliação da CNI, as medidas apresentadas trarão alívio financeiro em momento crítico para o fluxo de caixa das empresas afetadas, permitindo que elas possam suportar esse momento. Alban avalia que o momento continua exigindo “equilíbrio e bom senso” para transformar desafios em oportunidades. “Vamos trabalhar muito duro para que essas medidas sejam superadas o mais breve possível — seja com o novo direcionamento dos setores que têm maior facilidade de encontrar novos mercados, seja com atenção especial àqueles que mais nos preocupam, não apenas os pequenos, mas aqueles cuja transversalidade de produtos é muito limitada pelo Custo Brasil ou pela própria característica da relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, que sempre foi muito contributiva”, detalhou.
(da redação com informações da Ag. CNI. Edição: Política Real)