Ministro Flávio Dino diz que não cabe, no direito internacional, que uma Embaixada monitore qualquer juiz do Brasil; Dino diz que moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na diplomacia
Mais cedo, o Itamaraty chamou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para dar explicações sobre a postagem
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(Brasilia-DF, 08/08/2025) Nesta sexta-feira, 08, em suas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, afirmou que não cabe às embaixadas de países estrangeiros no Brasil monitorar a atuação dos magistrados da Corte.
A fala de Dino se deu após a Embaixada dos Estados Unidos publicar uma nota na quinta-feira ,7, na qual ameaça todos que apoiam o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, a representação diplomática disse que “monitora a situação de perto”.
Dino afirmou que, de acordo com as regras de direito internacional, as embaixadas não têm atribuições de monitorar juízes e qualquer cidadão brasileiro.
“Lembro que, à luz do direito internacional, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro avisar ou monitorar o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro tribunal brasileiro, deve fazer", disse o ministro, que também defendeu a soberania do país.
“Respeito à soberania nacional, moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na diplomacia. Espero que volte a imperar o diálogo e as relações amistosas entre nações historicamente parceiras nos planos comercial, cultural e institucional. É o melhor para todos”, completou.
Nessa quinta-feira, 07, a Embaixada dos EUA no Brasil traduziu comentário do secretário de diplomacia pública, Darren Beattie, ameaçando autoridades do Judiciário brasileiro que "contribuam com Moraes".
“Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, disse o comunicado do diplomata, acusando o ministro de “censura” e “perseguição” contra Bolsonaro.
Mais cedo, o Itamaraty chamou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para dar explicações sobre a postagem.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)