ECONOMIA

Fernando Haddad diz que por ele acaba com as Bets, fala dos erros do Governo passado,fala que todo o esforço arrecadatório não as justifica; Bets dizem que Haddad aposta na desinformação sem base técnica

ABFS (Associação de Bets e Fantasy Sport) divulgaram nota

Por Política Real com assessoria
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Fernando Haddad Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 23/07/2025) Na noite dessa terça-feira, 212, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu uma entrevista ao site e canal do Youtube ICL, de linha de esquerda e foi longamente questionado sobre as casas de apostas virtual as chamadas “bets”.    

Questionado por Eduardo Moreira, fundados do ICL, Haddad também abordou que, se dependesse dele, as apostas online — as chamadas bets —, não existiriam. “Eu apertava o botão do para. Não tem arrecadação que justifique essa roubada que nós chegamos”, frisou.

Ele vê as bets como uma “desgraça”

“Eu cheguei ao Ministério da Fazenda com uma epidemia posta. E pior que isso: os caras ficaram quatro anos sem regulamentar publicidade, ficaram quatro anos sem cobrar imposto de bets, foram mais de quatro anos e R$ 40 bilhões de subvenção que foi tudo para fora, comprar um cripto, comprar um dólar, fintech, mandaram tudo para fora. Esse dinheiro sumiu do Brasil e diante do caos que estava nós falamos, vamos colocar isso dentro de um sistema informatizado para eu saber o que está acontecendo. Eu não tinha nenhuma noção do que estava acontecendo. Hoje eu sei e é uma desgraça.”, disse

Reação

Na tarde desta quarta-feira, 23, a ABFS (Associação de Bets e Fantasy Sport) divulgou uma longa nota afirma que o chefe da economia aposta na desinformação e que ele falaq sem respaldo técnico ou fático

Veja a íntegra da nota:

Haddad aposta na desinformação e joga contra a economia

As declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o ICL causam surpresa e evidenciam a falta de compromisso de sua liderança com o mercado regulado de apostas — um setor regulamentado sob sua própria gestão. O ministro tem reiterado falas desprovidas de base técnica, alinhando-se a narrativas de setores contrários à regulamentação. E, pior, demonstra desconexão com o trabalho sério e competente desenvolvido pela própria Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) de seu Ministério.

Sem respaldo técnico ou fático, o ministro endossou o número fantasioso de 10 milhões de brasileiros com sintomas de vício em apostas e aceitou como verdade a cifra de R$ 30 bilhões supostamente “perdidos” por mês, um dado claramente distorcido que ignora os valores devolvidos em prêmios aos usuários.

Os R$ 30 bilhões referem-se ao volume total movimentado em apostas, e não a perdas. Considerando a obrigação regulamentar imposta pelo próprio Ministério da Fazenda, há o dever de retorno mínimo aos apostadores de 85% do valor apostado (Anexo I, item 28, da Portaria SPA/MF 1207/24). Assim, ao menos R$ 25,5 bilhões retornam mensalmente aos apostadores. Ou seja, as supostas perdas líquidas não passariam de R$ 4,5 bilhões — número completamente ignorado nessas narrativas.

Mais preocupante que o desconhecimento sobre um mercado legalizado, aprovado pelo Congresso e normatizado pelo próprio Ministério, é ver uma figura pública do Governo usar empresas idôneas como bode expiatório para as dificuldades políticas e econômicas do país.

Esse tipo de manobra cria um precedente perigoso, sobretudo em tempos de acirramento eleitoral: atacar um setor legal não é apenas leviano, mas também desrespeita a segurança jurídica e empresarial, além de desviar a atenção de uma necessária reforma administrativa. Hoje as bets são o alvo; amanhã, pode ser qualquer outro segmento.

Em apenas seis meses de operação, o mercado regulado já pagou mais de R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos entre outorgas, tributos e taxas de fiscalização. Ainda assim, a Fazenda não informa quanto desse valor tem sido destinado a áreas sociais como saúde e educação ou ao combate ao mercado ilegal. Essa falta de transparência não pode ser injustamente atribuída às casas de apostas.

Cabe destacar que a Secretaria de Prêmios e Apostas — composta por profissionais comprometidos e técnicos qualificados — tem se esforçado para regulamentar e fiscalizar o setor, mesmo enfrentando sérias limitações de pessoal, orçamento e estrutura. A omissão do Governo nesse aspecto é tanto técnica quanto política, e não reflete a dedicação e seriedade da equipe da SPA.

A crítica à suposta facilitação da lavagem de dinheiro também soa deslocada e desconsidera o trabalho da própria equipe do Ministério. A regulamentação brasileira segue padrões internacionais elevados, com exigência de CPF, identificação facial, processo de conheça o seu cliente (KYC), rastreabilidade de transações e protocolos robustos de prevenção ao crime financeiro — todos estabelecidos sob a supervisão da SPA e suporte do COAF. Alegar que o setor regulamentado favorece a lavagem é injusto e desrespeita o esforço dos técnicos que construíram e implementam essas regras.

A guerra de narrativas contra as bets já ultrapassou o debate racional. Alguns setores da economia têm buscado vilanizar o jogo, baseando-se em informações questionáveis e distorcidas para deslegitimar um mercado que contribui significativamente com a arrecadação e que poderia, se bem administrado, ajudar o país a enfrentar desafios fiscais com responsabilidade e transparência.

Se o Ministro não confia nos dados, que os qualifique. Se não conhece o setor, que se informe. Mas não se pode aceitar que a principal autoridade econômica do país trate um mercado regulamentado com o mesmo despreparo com que se combate o ilegal — especialmente ignorando e desmerecendo o esforço técnico e sério dos profissionais da Secretaria de Prêmios e Apostas.

 

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)