31 de julho de 2025
Brasil e Poder

Tarifaço de Donald Trump no Brasil pode afetar até 21 mil empregos no Rio Grande do Norte

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( Publicada originalmente às 13h 53 do dida 14/07/2025) 

(Brasília-DF, 15/07/2025) Muito se fala do grande impacto doa tarifação extra de 50% dos Estados Unidos no Brasil afetar fortemente os estados de São Paulo, especialmente, Minas Gerais e Rio de Janeiro, porém segundo o Observatório da Indústrias MAIS RN ligado a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), a medida deve impactar no aumento da inflação e pode afetar diretamente o emprego e o ambiente de investimentos no estado – podendo afetar até 21 mil empregos no RN

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, informou que participará na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as demais federações do setor dos outros estados brasileiros, para discutir estratégias que possam mitigar os impactos da taxa de 50% imposta pelo Governo dos Estados Unidos à importação de produtos brasileiros.

Serquiz também se reunirá, nesta semana, com os secretários estaduais da Fazenda, do Desenvolvimento Econômico e da Agricultura , com o objetivo de avaliar estratégias para minimizar as consequências econômicas da taxação na indústria do RN, caso o cenário não seja revertido.

"O presidente Ricardo Alban, ontem, fez uma convocação para todos os presidentes das federações. Há toda essa busca para que o diálogo possa prevalecer de forma técnica, para que possamos sair desse risco e das incertezas que estamos vivendo no momento", detalhou. "Estamos a procura de cenários melhores", completa o presidente da FIERN, que voltou a ressaltar os impactos e a preocupação do setor produtivo com as implicações da medida em entrevista ao Jornal da Mix (103,9 FM), na manhã desta segunda.

Dados levantados pelo Observatório da Indústria Mais RN e mencionados por ele mostram que, no primeiro semestre de 2025, o RN registrou US$ 67,1 milhões em exportações para os Estados Unidos, uma alta de 120% em comparação com o mesmo período de 2024. Setores como o da Pesca, Sal, Petróleo, Mineração, Fruticultura, além de bolachas, balas, doces e caramelos, devem ser os mais impactados.

"Recebemos esse tarifaço com muita preocupação. E a nossa primeira ação foi ter contato com setores que exportam do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos para entender o tamanho do impacto", relatou. "Estamos conversando com os presidentes de sindicatos de setores envolvidos na exportação para que possamos passar para a CNI esses dados. Esse posicionamento tem base nesse volume de informações e em argumentações que nos façam consolidar uma estratégia", completou o presidente da FIERN.

A indústria salineira, por exemplo, reforça o presidente da FIERN, exporta cerca de 40 mil toneladas por mês para os EUA e emprega aproximadamente 4,5 mil pessoas no Rio Grande do Norte. Já a fruticultura, outro setor fortemente impactado, é responsável por cerca de 9 mil empregos no estado. E a pesca oceânica de atum no Estado gera cerca de 1 mil empregos diretos e 4 mil indiretos, segundo dados do SINDIPESCA-RN.

Setores como a indústria da pesca potiguar, que tem 100% da produção voltada para exportação, estão mais expostos ao risco. A fruticultura e o sal também sentem fortemente os efeitos. "Uma vez que esse problema perdure, teremos um risco de inflação, de desemprego, aumento de juros, o que interfere no investimento. Isso mexe na economia e é isso que estamos, preventivamente, buscando trabalhar", analisa.

O industrial ressalta ainda o papel da FIERN em dialogar com os setores afetados e buscar alternativas. "A nossa missão é reunir informações, conversar com cada setor e formular saídas e soluções que minimizem os impactos, caso a situação não seja revertida", conclui o presidente da Federação.

Condução diplomática é a saída, avalia Serquiz

Serquiz defende que a saída deve ser construída por meio do diálogo e da diplomacia. Ele aponta que a decisão não tem base econômica. "Não existe um fato econômico que justifique essa tomada de decisão", avaliou.

O presidente da FIERN reforça que os Estados Unidos são o segundo maior importador de produtos brasileiros e um dos maiores investidores no país, o que exige cautela. "Esse contexto, por si só, já justificaria uma postura de moderação, no sentido de estimular um ponto de equilíbrio".

(da redação com informações de assessoria. Edição: Politica Real)