31 de julho de 2025
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REAÇÃO: Ursula von der Leyen disse que a União Europeia vai continuar negociando mas que vai tomar as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE

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( Publicada originalmente às 12 h 57 do dia 12/07/2025) 

Com agências

(Brasília-DF, 12/07/2025). A presidente da Comissão Europeia,  Ursula von der Leyen, criticou a sobretaxa anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que o bloco europeu seguia comprometido em buscar um acordo para evitar a medida.

"Impor tarifas de 30% sobre exportações da UE provocaria disrupção de cadeias de fornecimento essenciais transatlânticas, para o prejuízo de negócios, consumidores e pacientes dos dois lados do Atlântico", afirmou ela em um comunicado.

"Seguimos dispostos a continuar trabalhando para chegar a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", acrescentou.

Von der Leyen insistiu que "poucas economias no mundo se equiparam ao nível de abertura e adesão a práticas comerciais justas da União Europeia". "A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva", escreveu.

A Federação das Indústrias Alemãs (BDI) pediu negociações urgentes para resolver a guerra comercial. "O anúncio do presidente Trump é um sinal de alarme para a indústria em ambos os lados do Atlântico", disse Wolfgang Niedermark, membro do conselho executivo da BDI, em um comunicado.

"A BDI apela ao governo alemão, à Comissão Europeia e ao governo dos EUA para que encontrem soluções rapidamente, por meio de um diálogo objetivo, e evitem uma escalada", acrescentou.

O Ministério da Economia do México afirmou que a adoção de tarifas de 30% era "injusta" e que segue trabalhando para alcançar uma alternativa antes que elas entrem em vigor em 1º de agosto.

Qual é o histórico da sobretaxa para a UE?

No início de abril, Trump já havia anunciado uma tarifa de importação de 20% sobre todos os produtos fabricados na UE, como parte de um extenso conjunto de sobretaxas direcionadas a países com os quais os EUA registram déficit comercial.

Mas, horas após a entrada em vigor das tarifas, Trump as suspendeu até 9 de julho e adotou uma tarifa padrão de 10%, para acalmar os mercados financeiros e dar tempo para as negociações.

Nas semanas seguintes, Trump expressou frustração com as negociações com a UE, e em maio chegou a dizer que adotaria uma tarifa de 50% sobre todos os produtos da UE importados para os EUA, como couros italianos, queijos franceses e eletrônicos alemães.

Atualmente, a UE já enfrenta tarifas de 50% dos EUA sobre suas exportações de aço e alumínio, 25% sobre carros e peças automotivas e 10% sobre a maioria dos outros produtos.

Altas autoridades em Bruxelas afirmaram que o bloco iria retaliar com contramedidas se nenhum acordo fosse feito com os EUA. Entre as possibilidades, estavam tarifas sobre centenas de produtos americanos, como carne bovina, peças automotivas e aviões da Boeing.

Republicano enviou cartas a 25 nações

Com o anúncio deste sábado, subiu para 25 a lista de notificações enviadas pelo republicano a seus parceiros comerciais desde a segunda-feira passada anunciando aumento de tarifas. A sobretaxa anunciada para o Brasil, que passou de 10% para 50%, continua sendo a maior delas.

Na mensagem à presidente do México, Claudia Sheinbaum, Trump disse que as taxas foram estipuladas para "lidar com a crise nacional do fentanil".

"Os Estados Unidos impuseram tarifas ao México para lidar com a crise do fentanil da nossa nação, que é causada, em parte, pela falha do México em deter os cartéis, que são compostos pelas pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra, ao despejarem essas drogas em nosso país", diz o texto assinado pelo republicano.

( da redação com DW. Edição: Política Real)