31 de julho de 2025
Brasil e Economia

Forum Empresarial dos BRICS foi o último evento antes da Cúpula; Ricardo Alban, da CNI, destacou que “fortalecimento da cooperação é indispensável para a ampliação da integração produtiva”

Lula frisou que o vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente, e que o reforço do multilateralismo é peça fundamental ao sucesso das economias do Sul Global.

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( Publicada originalmente às 13 h. 20 do dia 05/07/2025) 

(Brasília-DF, 07/07/2025). Neste sábado,05, no âmbito dos eventos preparatórios da Cúpula dos BRICS neste domingo, 06, na segunda-feira, 7, foi realizado no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro(RJ) o Fórum Empresarial do Brics.  Foi o último evento relevantes antes da Cúpula.

Os destaques do evento envolvendo de governo, especialistas e o empresariado do Sul Global foram o comércio internacional e segurança alimentar; transição energética e descarbonização; economia digital e desenvolvimento de habilidades; e financiamento e inclusão financeira.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, apresentou dados que corroboram o fato do comércio dos BRICS está crescendo que a média do crescimento mundial, e sublinhou que, com a entrada dos novos países membros e parceiros, com mercados expressivos, as oportunidades de parcerias e investimentos são ampliadas. A CNI, que coordena o Conselho Empresarial do BRICS (Cebrics) e a Women's Business Alliance (WBA), é a organizadora do evento.

“Em 2023, com os últimos dados disponíveis, o comércio intra-grupo do Brics movimentou cerca de 1 trilhão de dólares, correspondente a 20% do valor exportado e 30% do total importado pelos países que compõem o grupo. Por isso, o fortalecimento da cooperação é indispensável para a ampliação da integração produtiva”, colocou Alban, que ainda apontou ser este um volume de trocas pequeno, quando comparado com as potencialidades de um aprofundamento da articulação econômica.

O presidente Lula foi ao encontro do empresário, ao também destacar o grupo como um polo aglutinador de economias complementares, prósperas e dinâmicas. Lula frisou que o vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente, e que o reforço do multilateralismo é peça fundamental ao sucesso das economias do Sul Global.

“Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. O Brics segue como fiador de um futuro promissor. O combate às desigualdades fortalece mercados consumidores, impulsiona o comércio e alavanca investimentos”, disse o presidente

Quem compôs a mesa de abertura em nome dos países parceiros do grupo foi o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, que fortaleceu o apelo por um multilateralismo revigorado, no tom de que uma maior aproximação entre países do Sul Global não significa o fim de laços comerciais com o Norte.

“Hoje nós temos lideranças políticas com essa visão e temos uma comunidade empresarial forte. Acredito que essa colaboração com mulheres, jovens, o governo, o setor privado, a sociedade civil, fará diferença”, também postulou o primeiro-ministro.

Mulheres

Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), apenas 15% das empresas que atuam internacionalmente são lideradas por mulheres, um dado que, no recorte do Sul Global, não é muito distinto na desproporcionalidade de cadeiras femininas na alta hierarquia dos negócios privados. Desta forma, é que a WBA, neste ano, trabalhou sob o lema “Construindo Pontes Globais: Mulheres Fortalecendo as Fronteiras Econômicas do BRICS”, como foco na promoção de negócios; desenvolvimento de recomendações políticas, elaboração de projetos de cooperação e integração dos  novos membros.

Mônica Monteiro, chair da WBA, apresentou que, de acordo com relatório da McKinsey Institute, a equiparação entre homens e mulheres no mercado de trabalho pode adicionar mais 28 trilhões de dólares no Produto Interno Bruto (PIB) global de 2025. "Nós, mulheres, ainda enfrentamos barreiras com falta de crédito, falta de rede, falta de acesso às grandes cadeias globais, mas como já disse em outras oportunidades, nós já estamos prontas”, ela finalizou.

Ao fim do dia, acontece a cerimônia de premiação do "Brics Women's Startup Contest", um esforço conjunto do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Aliança, o qual recebeu mais de mil inscrições internacionais. As 18 finalistas já estão no Rio de Janeiro desde o início do mês, onde participam de missão técnica que inclui visitas a hubs de inovação e apresentação de seus projetos para investidores e líderes empresariais.

COP 30

Já na reta final dos acordos entre países do Brics durante a presidência brasileira, os olhares se tornam ainda mais atentos ao próximo evento internacional que o Brasil recebe este ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). Sob essa perspectiva, a CNI lançou o Sustainable Business COP 30 (SB COP30), iniciativa que busca garantir um papel estruturado e influente do setor privado nas negociações climáticas globais.

"Trata-se de uma iniciativa inspirada em mecanismos como o grupo de engajamento Business 20, que coordenamos no G20 Social no último ano, e o próprio Conselho Empresarial do Brics. Isto enriquece o diálogo com nossas lideranças políticas e apoia a construção de medidas práticas para caminharmos rumo ao desenvolvimento comum", explicou Alban, que compreende que a maior parte dos compromissos assumidos durante a COP são de responsabilidade da iniciativa privada.

O trabalho será realizado por meio de setes eixos estratégicos, conduzidos por líderes empresariais de expertise e reconhecimento internacional. A partir do direcionamento e mediação dos líderes, cada grupo definirá temas prioritários para as discussões.

(da redação com informação da Ag. Gov. Edição: Política Real)