Donald Trump anuncia cessar fogo em Israel e Irã, mas os dois países não confirmaram nada disso; Trump participa nesta terça-feira de sua primeira reunião na OTAN
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( Publicada originalmente às 20 h 50 do dia 23/06/2025)
Com agências.
(Brasília-DF, 24/06/2025) Uma grande surpresa. Na noite desta segunda-feira, 23, presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo "completo e total" entre Israel e o Irã.
Trump afirmou nas redes sociais que o cessar-fogo começará "em aproximadamente seis horas".
Segundo o republicano, "na 24ª hora" o conflito — que ele chamou de "a guerra dos 12 dias" — terminará oficialmente.
Israel e Irã ainda não confirmaram o cessar-fogo.
Logo após o anúncio por Trump, iranianos relataram ouvir explosões, segundo a repórter da BBC Ghoncheh Habibiazad.
Pessoas na capital, Teerã, e nas cidades de Karaj e Rasht dizem ter ouvido fortes explosões.
Enquanto isso, veículos de imprensa iranianos relatam que a defesa aérea foi ativada em Teerã após as explosões.
De acordo com análise de Bernd Debusmann Jr, jornalista da BBC na Casa Branca, caso confirmado, o cessar-fogo será "reivindicado pelo governo [Trump] uma das vitórias mais significativas da política externa" deste mandato — uma comemoração que não pode ser feita por exemplo sobre a guerra na Ucrânia, cujo fim lhe escapa das mãos.
"O fim do conflito no Oriente Médio, no entanto, será algo que o presidente e seus aliados apontarão como um progresso tangível, especialmente se for acompanhado do fim do programa nuclear iraniano, algo não alcançado pelos ex-presidentes Clinton, Bush, Obama e Biden", escreveu Debusmann Jr.
Trump na Otan
Na terça-feira, Trump deve voar para a Holanda para uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Esta será a primeira reunião de Trump na Otan desde que foi reeleito. No passado, ele fez comentários irados sobre membros da aliança se aproveitando das garantias de segurança dos EUA.
Aliados europeus estão desesperados para provar que ele está errado. Eles esperam convencê-lo a não retirar tropas ou recursos americanos do continente. Por outro lado, diante dos ataques, não será possível deixar o assunto de lado, algo que pode levar a desavenças entre o americano e os europeus, que defenderam a diplomacia em vez dos bombardeios quando se tratava do Irã.
Trump adora uma vitória e é muito sensível. Ele não vai querer sentir nenhuma desaprovação na reunião da Otan, informa Katya Adler, editora de Europa da BBC.
Separadamente, ele tinha a garantia de uma vitória que chamasse a atenção nas manchetes na cúpula, com os países europeus se comprometendo a gastar impressionantes 5% do PIB em defesa — exatamente como ele exigiu em suas primeiras semanas de volta à Casa Branca.
"Esta cúpula é sobre credibilidade", afirmou o embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker.
Mas a Espanha afirmou no domingo que havia garantido uma opção de não participação no novo plano de gastos — algo que Rutte negou posteriormente.
Outros aliados na Europa que estão lutando para encontrar o dinheiro extra também estão irritados.
A questão principal é: a Europa precisa manter os EUA, grandes potências militares e nucleares, do lado deles. Foi assim que Rutte conseguiu convencer líderes relutantes — exceto a Espanha — a aderirem à nova iniciativa de grandes gastos. É um compromisso enorme.
Mas, como afirmou a ex-embaixadora dos EUA na OTAN, Julianne Smith, mesmo assim, não há absolutamente nenhuma garantia com Trump.
(da redação com informações de da BBC. Edição: Política Real)