Aumentam os ataques e mortes no Irã e Israel, Netanyahu diz que ataques podem mirar a mudança de regime no Irà e Trump afirma que poderá se envolver – rede de TV diz que Trump vetou matar o líder supremo do Irã
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( Publicada originalmente às 20h 00 do dia 15/06/2025)
Com agências.
(Brasília-DF, 16/06/2025). Neste domingo, 15, se intensificaram os conflitos no terceiro dia entre Israel e Irã com nova rodada de ataques e aumento de mortes.
Israel continua a atingir alvos no Irã e as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmam neste domingo que atingiram 250 locais.
O Ministério da Saúde do Irã afirma que ataques israelenses mataram 224 pessoas em todo o país desde sexta-feira. São quase cem mortes a mais do que as 128 registradas anteriormente até o meio-dia de sábado.
O Irã também confirmou a morte do chefe da unidade de inteligência do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), Mohammad Kazemi.
A agência de notícias Tasnim e a TV estatal iraniana afirmam que Kazemi morreu junto com seu vice, Hassan Mohaqeq, e o comandante Mohsen Baqeri, em ataques israelenses neste domingo.
O Irã, por sua vez, realizou ataques com mísseis contra Israel durante a noite de sábado, matando 14 pessoas – seis em Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, e quatro na cidade de Tamra, ao norte. Autoridades afirmam que mais de 100 israelenses estão feridos.
O paramédico de resgate Ori Lazarovich, que trabalhava no local do ataque em Bat Yam, disse à BBC: "Começamos a triagem das pessoas enquanto o prédio ainda estava em chamas de um lado. Alguns choravam e outros seguravam seus familiares; vi medo em seus olhos."
"As pessoas saíram todas pálidas, cobertas de fuligem, cinzas e detritos, sofrendo com a inalação de fumaça", acrescentou.
Em entrevista à Fox News neste domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi questionado se a mudança de regime no Irã faz parte dos esforços de Israel com a atual onda de ataques.
"Certamente pode ser o resultado, porque o regime iraniano é muito fraco", disse.
Netanyahu afirmou que o atual regime iraniano não "tem o povo" e que "80% do povo" quer derrubá-lo.
Ele também disse que "o povo persa e o povo judeu têm uma amizade antiga" e acrescentou: "A decisão de agir, de se rebelar neste momento, é a decisão do povo iraniano."
O ex-príncipe herdeiro iraniano Reza Pahlavi — filho do ex-xá do Irã, deposto na Revolução Islâmica de 1979 — disse à BBC que os opositores do governo do país foram "revigorados" pelos ataques de Israel, que mataram altos líderes militares iranianos.
"A solução definitiva é uma mudança de regime, e agora temos uma oportunidade, porque este regime está em seu ponto mais fraco", disse ele, falando do exílio.
'Coordenação total com Trump'
Ainda na entrevista à Fox News, Netanyahu também foi questionado sobre o quanto Israel prejudicou a capacidade nuclear do Irã até agora.
"Acho que atrasamos eles bastante", disse Netanyahu. "Acho que eles ficaram completamente surpresos."
Durante a entrevista, Netanyahu elogiou o presidente americano Donald Trump diversas vezes, dizendo ao apresentador Bret Baier que ele e Trump estão "totalmente coordenados".
'EUA podem se envolver', diz Trump
Também neste domingo, Trump disse à emissora americana ABC News que "é possível que [os EUA] se envolvam" no conflito entre Irã e Israel, após reafirmar que o país não está envolvido na disputa "neste momento".
O presidente americano também disse que estará "aberto" à possibilidade de Vladimir Putin, presidente da Rússia, se tornar mediador entre os dois lados, segundo a ABC.
"Ele está pronto. Ele me ligou para falar sobre isso. Tivemos uma longa conversa sobre isso", disse Trump.
O enviado de investimentos do Kremlin, Kirill Dmitriev, afirmou separadamente em uma publicação no X que a Rússia poderia desempenhar um "papel fundamental" como mediadora.
Segundo informações de três autoridades americanas à CBS News, emissora parceira da BBC nos EUA, Trump teria rejeitado um plano israelense recente para assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
Uma das autoridades afirmou que os israelenses tiveram a oportunidade de assassinar Khamenei, e Trump comunicou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não era uma "boa ideia".
A fonte afirma que a conversa entre Netanyahu e Trump ocorre desde que Israel lançou um ataque massivo ao Irã na semana passada.
A rejeição da proposta por Trump foi noticiada pela primeira vez pela Reuters.
Durante a entrevista à Fox News, Netanyahu não confirmou nem negou diretamente a reportagem da Reuters.
"Há tantas notícias falsas de conversas que nunca aconteceram e não vou entrar nesse assunto", disse ele.
"Mas posso dizer que acho que fazemos o que precisamos fazer. Faremos o que precisamos fazer e acho que os Estados Unidos sabem o que é bom para os Estados Unidos e simplesmente não vou entrar nesse assunto."
( da redação com agências. Edição: Política Real)