31 de julho de 2025
Mundo e Poder

Rússia teria feito o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra, há três anos

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( Publicada originalmente às 10h  15 do dia 25/05/2025) 

(Brasília-DF, 26/05/2025) Informações das agencias de notícias internacionais indicam  que na madrugada deste domingo, 25, a Rússia lançou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra, iniciada há mais de três anos, na segunda noite consecutiva de ataques intensos com drones e mísseis balísticos.

A capital, Kiev, foi mais uma vez o foco da ofensiva, que deixou ao menos 12 mortos, incluindo 3 crianças, e dezenas de feridos.

Foi "o ataque mais massivo em termos de número de armas de ataque aéreo no território da Ucrânia desde o início da invasão em escala total em 2022", disse Yuriy Ihnat, porta-voz da Força Aérea da Ucrânia. Segundo as autoridades ucranianas, foram usados 298 drones e 69 mísseis.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que os mísseis e drones russos atingiram mais de 30 cidades e vilarejos em todo o país, e pediu aos parceiros ocidentais que aumentem as sanções contra a Rússia, em especial os Estados Unidos.

"O silêncio dos Estados Unidos e de outros países do mundo apenas encoraja [o presidente russo Vladimir] Putin", escreveu Zelenski, no Telegram. "Todo ataque terrorista russo é motivo suficiente para novas sanções contra a Rússia."

"Sem uma pressão realmente forte sobre a liderança russa, essa brutalidade não poderá ser interrompida. As sanções certamente ajudarão."

Negociações

O ataque ocorreu no terceiro dia previsto de trocas de prisioneiros entre a Rússia e Ucrânia – o único resultado tangível das negociações de paz em Istambul no início do mês. Cada lado libertou 307 militares no sábado, e 390 na sexta-feira, e era esperada mais uma troca neste domingo.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas defesas aéreas abateram 110 drones ucranianos durante a noite.

A intensidade dos ataques deste fim de semana contrasta com a afirmação de Donald Trump de que Putin estaria interessado na paz.

A Ucrânia e seus aliados europeus têm procurado pressionar Moscou a assinar um cessar-fogo de 30 dias como um primeiro passo para negociar o fim da guerra. Nesta semana, contudo, Trump recusou-se a impor novas sanções por não concordar com uma pausa imediata nos combates, como Kiev queria

Neste domingo é celebrada a fundação de Kiev, ocorrida no século 5. O feriado começou com explosões e disparos antiaéreos, e os moradores procurando abrigo nas estações de metrô.

Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade, alertou no início da madrugada que "a noite não será fácil", enquanto os moradores acompanhavam as ondas de lançamentos nos aplicativos de alerta de ataques aéreos.

"Uma difícil manhã de domingo na Ucrânia, depois de uma noite sem dormir. O ataque aéreo russo mais massivo em muitas semanas durou a noite toda", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, no X.

Mídia oficial

O site da agência russa Sputnik News deu destaque a analista pró-Russia dizendo que não resta outro caminho à Ucrânia a não ser a capitulação.

A Ucrânia não concluirá um acordo de paz para resolver o conflito, declarou o ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos Scott Ritter.

Ritter destacou que não haverá paz e plano de paz porque a Ucrânia não pertence a si mesma, há também interesses de outros países.

"É por isso que o processo de paz está condenado. Para alcançar a paz, ambos os lados devem querer a paz. A Ucrânia não quer", ressaltou o analista.

Segundo ele, a Ucrânia não é o bastião de democracia que seus parceiros querem fazer parecer, mas apenas uma ferramenta para tentar derrotar a Rússia.

Portanto, continuou o especialista, ninguém se importa com esse país, nem mesmo os próprios ucranianos.

Ao mesmo tempo, Davis acredita que a Rússia tem uma vantagem absoluta sobre Kiev tanto no plano militar quanto no plano de negociação.

( da redação com DW, AP, Sputnik News. Edição: Política Real)