Ofensiva em massa em Gaza indica que intenção é expulsar toda a população e não só os membros do Hamas; Forças de Defesa de Israel (IDF) enviaram para a Faixa de Gaza todas as brigadas de infantaria e blindados
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( Publicada originalmente às 09h 49 do dia 25/05/2025)
Com agências.
(Brasília-DF, 25/05/2025) Tudo indica que o primeiro-ministro de Isarel, Benjamin Netanyahu, decidiu colocar para funcionar o plano levantado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de colocar os palestinos, todos e não só os membros do Hamas, para fora da Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) enviaram para a Faixa de Gaza todas as brigadas de infantaria e blindados do exército permanente, noticiaram os meios de comunicação locais no sábado, 24.
A notícia surge no momento em que Israel intensifica a grande ofensiva no território. Os militares afirmam ter atingido mais de 100 alvos num período de 24 horas, alegando que se tratava de infra-estruturas utilizadas pelo Hamas.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que os corpos de 79 pessoas mortas nos ataques israelitas foram levados para os hospitais. Este número não inclui os hospitais do norte da Faixa de Gaza, que permanecem inacessíveis, uma vez que estão cercados por tropas israelitas que impedem qualquer pessoa de sair ou entrar nas instalações.
Nove dos dez filhos de uma médica estavam entre os mortos de sexta-feira, 23, confirmou o Ministério da Saúde.
Alaa Najjar, pediatra no Hospital Nasser, estava de serviço quando um ataque aéreo israelita atingiu a sua casa. Ao correr para casa, encontrou a casa da família sob chamas.
O marido de Najjar ficou gravemente ferido e o único filho sobrevivente, um rapaz de 11 anos, estava em estado crítico. As nove crianças mortas no ataque tinham idades compreendidas entre os 7 meses e os 12 anos. Duas das crianças ficaram debaixo dos escombros.
Segundo as autoridades sanitárias locais, 3747 pessoas foram mortas em Gaza desde que Israel intensificou a ofensiva em 18 de março, numa tentativa de pressionar o Hamas a desarmar e a libertar todos os 58 reféns israelitas que restam.
O Hamas afirmou que só devolverá os reféns restantes em troca de mais prisioneiros palestinos, de um cessar-fogo duradouro e de uma retirada israelita do território.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou essas condições e prometeu manter o controlo sobre Gaza e facilitar aquilo a que se refere como a emigração voluntária de grande parte da população palestiniana.
A pressão exercida por Israel sobre o Hamas incluiu um bloqueio de Gaza e dos seus mais de 2 milhões de habitantes desde o início de março, suscitando preocupações generalizadas quanto ao risco crítico de fome. Esta semana, os primeiros caminhões de ajuda humanitária entraram no território.
Desde que o bloqueio foi retirado na segunda-feira, 19, Israel declarou que 388 camiões de ajuda humanitária entraram em Gaza. No entanto, os grupos de ajuda palestininos contestam esta informação, afirmando que apenas 119 caminhões passaram pela passagem de Karem Shalom.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que o número total de mortos, que não distingue entre combatentes e civis, ascende agora a 53.901 desde 7 de outubro de 2023, data em que os militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, matando 1200 pessoas.
"O tsunami diplomático se aproxima, à medida que a Europa começa a agir contra a 'loucura completa' de Israel em Gaza", disse uma das manchetes do jornal liberal israelense Ha'aretz na última semana.
O título escolhido pelo periódico se refere à condenação internacional conjunta das ações de Israel em Gaza, que aconteceu na mesma semana do chocante assassinato de dois jovens funcionários da embaixada israelense em Washington.
As evidências de que Gaza está mais perto da fome em massa do que em qualquer outro momento desde o início da guerra, após o ataque do Hamas em outubro de 2023, causaram choque em todo o mundo.
Por tudo isso, essa foi, para dizer o mínimo, uma semana tumultuada para o Estado judeu.
( da redação com EU News, AP e BBC. Edição: Política Real)