DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em estabilidade e no Brasil mercados avaliando o aumento do IOF
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(Brasília-DF, 23/05/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em estabilidade e no Brasil atenção para a repercussão das medidas de bloqueio orçamentário e o aumento do IOF.
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Mercados globais
Nesta sexta-feira, os futuros nos Estados Unidos operam próximos da estabilidade (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,1%), após três dias consecutivos de queda pressionados pela alta dos rendimentos dos Treasuries e pelas incertezas fiscais nos EUA. Ontem, a Câmara dos Representantes aprovou o projeto de reforma tributária do governo Trump, aumentando o receio sobre o impacto no déficit público. A taxa do Treasury de 30 anos chegou a 5,16%, maior nível desde outubro de 2023, antes de recuar levemente nesta manhã (dois anos: -2 bps; 10 anos: -3 bps; 30 anos: -3 bps).
Na Europa, as bolsas se mantêm estáveis (Stoxx 600: +0,0%), mesmo com destaque do varejo britânico. As vendas no Reino Unido subiram 1,2% em abril, superando as expectativas. CAC 40, DAX e FTSE 100 avançam cerca de 0,3%.
Na China, os mercados fecharam mistos (HSI: +0,2%; CSI 300: -0,8%), com desempenho morno após nova rodada de dados regionais. O dólar mantém leve alta frente ao iene, enquanto o Brent opera a US$ 81,80.
Economia
Nos Estados Unidos, os PMIs preliminares de serviços e de manufatura ficaram ambos em 52,3, acima das expectativas de mercado, sugerindo resiliência da atividade econômica em meio à guerra comercial. Não há indicadores relevantes na agenda econômica internacional.
IBOVESPA -0,44% | 137.273 Pontos. CÂMBIO +0,32% | 5,66/USD
Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira (22) em queda de 0,44%, aos 137.273 pontos. A política fiscal voltou ao centro das atenções após a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas do governo federal, que confirmou uma contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, acima das expectativas do mercado. No entanto, os investidores se decepcionaram com o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de um aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como resultado, os ativos locais sofreram, com o dólar valorizando 0,32%, fechando aos R$ 5,66.
Entre os principais destaques do dia, Raízen (RAIZ4, +12,4%) avançou significativamente pelo segundo dia consecutivo, acumulando uma alta de 19,1%. A companhia foi questionada pela B3 a respeito da forte variação nos preços das ações, respondendo que desconhece qualquer fato que não tenha sido amplamente divulgado que possam justificar essas oscilações. Porém, destacou que o movimento ocorre próximo da divulgação do balanço trimestral da companhia e do fato relevante contendo premissas operacionais e o plano de investimentos para o ano-safra 2025/2026. Na ponta oposta, Brava (BRAV3, -2,5%) recuou, refletindo a queda nos preços do petróleo (Brent, -1,3%).
Para o pregão de sexta-feira (23), o foco da agenda econômica será a divulgação dos dados de vendas de casas novas nos Estados Unidos.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quinta-feira (22) com abertura ao longo da curva. No Brasil, a divulgação do relatório bimestral trouxe uma contenção fiscal de R$ 31,3 bilhões, duas vezes superior ao esperado. Embora esse resultado tenha inicialmente agradado os investidores, a expectativa de aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) limitou a reação positiva, contribuindo para a alta da curva. Ainda no contexto fiscal, nos EUA, a aprovação do “grande e belo projeto de lei”, que visa abordar questões fiscais e orçamentárias, como o aumento da arrecadação de impostos e ajustes nos gastos públicos, trouxe alívio temporário ao mercado, mas as preocupações sobre déficits orçamentários persistem. Além disso, a leitura preliminar dos PMIs indicou uma diminuição das pressões inflacionárias, sugerindo que as tarifas podem estar afetando os preços de insumos. Assim, na curva americana, os rendimentos dos Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,99% (-3,15 bps), enquanto os de 10 anos em 4,53% (-7,05 bps). Na curva local, DI jan/26 encerrou em 14,77% (+1,9 bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,12% (+6,7 bps); DI jan/29 em 13,72% (+5,2 bps); DI jan/31 em 13,89% (+0,8 bp).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a quinta-feira com uma leve alta de 0,02%, acumulando valorização de 0,71% no mês. Embora o desempenho do índice tenha sido discreto na sessão, os FIIs de Papel registraram uma valorização média de 0,15%, enquanto os fundos de Tijolo tiveram um avanço médio de 0,06%. Entre os destaques positivos estão BLMG11 (+3,0%), BTRA11 (+2,4%) e HCTR11 (+1,9%), enquanto os destaques negativos incluem TEPP11 (-1,7%), BROF11 (-1,0%) e SNFF11 (-0,9%).
No Brasil, o relatório bimestral de receitas e despesas de maio trouxe notícias importantes. Do congelamento de gastos de R$ 31,3 bilhões, R$ 20,7 bilhões se referem a cortes para cumprir a meta de saldo primário e outros R$ 10,6 bilhões são bloqueios para respeitar o limite de gastos. O mercado enxergou como positivas as mudanças no relatório bimestral, mas preocupou-se com as alterações no IOF, especificamente sobre seus impactos no mercado de câmbio. Nesse sentido, o governo revogou a medida polêmica.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)