Não esperem o impossível!
Enfim, dizem uma coisa mas fazem outra
(Brasília-DF) Estamos vivendo um momento impressionante em nossa vida pública.
As esquerdas, e alguns setores de centro, vem divulgando em suas manifestações, seguidas contra o Presidente Jair Bolsonaro e seu governo, que desejam que ele saia logo, sejam afastados. Quem conhece Brasília sabe muito bem que, na prática nem os centristas decepcionados querem que Bolsonaro saia do cargo e deixe um general no cargo!
Vemos os centristas, enfim, o Centrão mesmo, trabalhando para dar sustentação política ao governo Bolsonaro, não porque o achem grande coisa mas porque nunca tiveram tanto poder sobre o orçamento desde o início da Nova República em 1.985. O Centrão divulga e tenta passar para os agentes econômicos e sociais mais robustos de nossa sociedade, que vai dar estrutura ao governo ruim e que não vai permitir ruptura democrática.
Enfim, dizem uma coisa mas fazem outra. Na semana que se inicia deverá ser levada ao plenário a Proposta de Emenda Constitucional nº 135/2.019 que institucionaliza o voto impresso, agora em novo substitutivo, como única forma de se apurar o voto no Brasil.
Foi divulgado que essa decisão do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira( Progressistas-AL), foi anunciada ao presidente Jair Bolsonaro enquanto ele cumpria agenda em Santa Catarina. Ele foi informado, também, que deveria respeitar a decisão do plenário da Câmara se lhe for desfavorável. É necessário que a Câmara aprove com 308 votos favoráveis em dois turnos a proposta para que ela possa seguir tramitação ao Senado. Ninguém acredita que isso seja possível, hoje.
Lira, no final de semana, divulgou metáforas no sentido de que a República precisa aprender a dançar ou em grupo ou até sozinha, mas que era fundamental respeitar a democracia.
Na verdade, caros e caras, o único que é, e que sempre foi, é o presidente Jair Bolsonaro ,mesmo aos que o vem um poço de contradições.
Bolsonaro avalia que sem um nome de centro precisa repetir uma associação, mínima que seja, do que lhe trouxe ao centro do poder em 2018. Ele já não tem mais a Lava Jato, não tem mais a referência anticorrupção, não tem mais a pauta liberal, não tem mais a anti-política, ele chegou a dizer que sempre foi Centrão, mas ele precisa se manter anticomunista, anti-socialista, antipetistas e até antissistema, por incrível que pareça.
É no antissistema que Bolsonaro se encontra, mesmo sendo o próprio sistema. Seus apoiadores mais ideológicos ganham combustível e isso é mais fácil de vender para centristas. O enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal, que Bolsonaro diz da boca pra fora é restrito aos ministro Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
As redes sociais bolsonaristas profundas divulgam vídeos com associações das mais chulas aos ministros do Supremo e a imprensa com a tática de disseminar que Bolsonaro é um perseguido do sistema.
Não há a menor condição de que Bolsonaro se afaste, enquanto durar os processos contra ele no STF e no Tribunal Superior Eleitoral, de ficar detratando o Judiciário. Se é verdade que Arthur Lira mandou avisar a Bolsonaro que não aceitará da parte dele o não respeito do fim do voto impresso, se prepare para ver um homem à beira da desmoralização.
Arthur Lira e os seus estão fadados a ir até o final com essa troica, pois não tem pruridos para, der o que der em 2022, apoiarem quem vir pela frente. Bolsonaro vai manter seu bastião anti-sistema de pé, gostem vocês ou não. Resta saber o quanto a economia vai aguentar!
Vivemos no Brasil, a terra do acordo para manter as coisas do jeito que estão. Com o bolsonarismo não tem isso não! Não nos resta muita coisa a não ser ver o que vai vencer!
Foi Genésio Araújo Jr, jornalista
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