31 de julho de 2025
Brasil e Poder

AUXÍLIO EMERGENCIAL: Oposição anuncia obstrução nas pautas da Câmara para manter em R$ 600,00 o valor do auxílio emergencial até o final de 2.020

Os 131 deputados do PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade não aceitam reduzir pela metade o valor do benefício pago aos brasileiros mais vulneráveis

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( Publicada originalmente às 14h 59 do dia 06/10/2020) 

(Brasília-DF, 07/10/2.020) Todos os seis partidos que fazem oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) decidiram que vão obstruir as demais pautas da Câmara até o Congresso Nacional aprovar a manutenção do auxílio emergencial em R$ 600,00 até o final de 2.020.

O auxílio emergencial vem sendo pago pelo governo brasileiro desde abril como forma de oferecer uma renda básica a aproximadamente 21 milhões de famílias do país que perderam suas rendas por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que já matou mais de 146 mil brasileiros.

Inicialmente, a ideia do governo federal era reduzir o valor pago pelo benefício para metade nas quatro últimas parcelas previstas até dezembro. Fato considerado equivocado pelos 131 parlamentares dos seis partidos oposicionistas: PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade.

“Nós, líderes da oposição, vamos cobrar a votação da Medida Provisória 1.000, porque defendemos a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00 até final de dezembro, período de duração do decreto de calamidade. É inaceitável que o presidente Jair Bolsonaro corte a renda emergencial para R$ 300,00 em meio a uma das maiores crises econômicas da história”, comunicou a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC).

“Conforme o IBGE [Instituto Brasileiro de geografia e Estatística], a taxa de desemprego no Brasil é recorde: 14,3%. Infelizmente, o país contabiliza 13,7 milhões de desempregados. A partir da sessão desta terça-feira, iniciaremos [a] obstrução até que se vote a [referida] MP”, complementou a parlamentar acreana.

“O governo não quer votar a Medida Provisória e nós queremos anunciar, neste momento, que nós estamos entrando em obstrução política, até em respeito ao país. O governo comete duas grandes irresponsabilidades. Dá as costas ao Congresso e não quer votar a Medida Provisória e nós queremos votar. Se o governo quer nos derrotar, que ele nos derrote. Mas nós não vamos votar nada, se não entrar em pauta a Medida Provisória 1.000”, acrescentou o deputado José Guimarães, líder da minoria na Câmara.

“São 67 milhões pessoas contempladas pelo auxílio emergencial. Enquanto o governo bate-cabeça e existe uma guerra entre o presidente [da Câmara], Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, [...] é povo brasileiro que fica sem perspectiva de futuro e, enquanto isso, a gente não vota as pautas. Portanto, a gente fica em obstrução até a gente votar [essa MP]. São muitas emendas e é necessário corrigir essa injustiça a população brasileira”, complementou a líder do PSOL, Sâmia Bonfim (SP).

“Não podemos ser conivente nesta omissão do Legislativo numa questão tão grave. Por isso, a nossa pressão sobre a Casa para que ela leia a medida provisória, que ela seja votada e que cada partido se posicione claramente diante do povo brasileiro. Por fim, acrescentando a nossa preocupação por esta completa falta de rumo do país. Não há governo, não há projeto de país e o governo não sabe o que está fazendo com o Brasil e a economia está à deriva”, pontuou o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ).

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)