31 de julho de 2025
Brasil e Economia

MAIA X GUEDES: Rodrigo Maia pede desculpas a Paulo Guedes e disse que é possível encontrar saídas para um novo programa social sem afetar o teto de gastos

Maia afirmou que está pronto para dialogar sobre a reforma tributária, incluindo outros pontos que o governo "entenda relevantes e queira encaminhar".

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( Publicada originalmente às 23h 31 do dia 05/10/2020) 

(Brasília-DF, 06/10/2020) Esta segunda-feira,5, já começou o dia com a notícia que o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União(TCU) iria  realizar um jantar em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmarados Deputados , Rodrigo Maia(DEM-RJ), estariam entre os convidados. A intenção era anunciada: fazer uma reaproximação entre os dois.  Rodrigo Maia ao final do evento pediu união para retomar a votação da agenda de reformas e afirmou que vai dar urgência à regulamentação do teto de gastos públicos. Ele deixou evidente que vai encontrar soluções para atender os que precisam de uma programa social que vai substituir o auxílio emergencial e o Bolsa Família.

"Com a regulamentação do teto de gastos, a gente resolve o problema social", afirmou."Precisamos retomar o nosso trabalho unidos, todos os líderes da Câmara e do Senado que compreendem a importância da modernização do Estado e da construção de um programa social, dentro do teto de gastos para poder dar suporte a milhões de famílias que vão precisar do Estado brasileiro a partir de 1º de janeiro de 2021", disse Maia.

Maia também fez outras declarações de caráter pessoal.  "Nos dias seguintes à presidência, por divergências, por erros, e assumo os meus, nós fomos nos afastando e, agora, na pandemia, mais ainda, e, até, na semana passada, deixo o meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio, ao contrário", disse Maia em referência as declarações em que disse que Guedes estava desequilibrado. Mais também recomendou ele assiste o filma “A queda”, que trata dos últimos dias de Adolf Hitler, na Alemanha Nazista.

Participaram do jantar, além de  Paulo Guedes, os ministros das Comunicações, Fábio Faria, e da Secretaria de Governo da Presidência, Luiz Ramos. Alguns congressistas foram convidados, como o senador Renan Calheiros, e o próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Reformas

Maia afirmou que também deve dar prioridade à votação das reformas tributária e administrativa. "A reforma tributária foi combinada com o governo no ano passado e tem como base as propostas da Câmara e do Senado e a CBS do governo", lembrou.

Maia afirmou que está pronto para dialogar sobre a reforma tributária, incluindo outros pontos que o governo "entenda relevantes e queira encaminhar".

Ele também considera necessário votar a reforma administrativa ainda neste ano. "Sem a modernização do Estado brasileiro e uma eficiência do gasto na administração pública, o Brasil não vai andar", alertou.

 

Retomada do diálogo

Davi Alcolumbre elogiou a retomada do diálogo entre Maia e Guedes para construir uma agenda republicana.

"Cada ator tem as suas responsabilidades perante a sociedade brasileira nessa relação de harmonia e comprometimento com causas, com a sensibilidade de compreender a importância do diálogo, da construção de pontes nessa relação institucional", disse Alcolumbre. "Essa reunião marca um novo iniciar dessa relação, com franqueza, com honestidade, sempre dialogando para construir consensos."

O ministro Paulo Guedes agradeceu a Rodrigo Maia e afirmou que pedia desculpas por qualquer desconforto. "Do meu lado, nunca houve diferenças pessoais. Os interesses do Brasil estão acima de qualquer divergência", destacou.

Guedes observou que a economia está voltando a crescer, com a criação de 250 mil empregos e o aumento do consumo de energia elétrica e da produção industrial.

Segundo o ministro, para garantir a retomada, o governo deve enviar ao Congresso mais propostas.

 "Vamos ter de aterrissar o programa de auxílio emergencial em um Renda Brasil robusto que atenda os 40 milhões de brasileiros invisíveis em programas de assistência social. Precisamos pensar em criar programas de emprego em massa, reduzindo os custos da folha de pagamento. Há uma pauta no Congresso com gás natural, saneamento, cabotagem, setor elétrico", afirmou.

"A pandemia atrasou a nossa pauta. Mas o Congresso trabalhou o tempo inteiro durante a crise", disse Guedes.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)