31 de julho de 2025
Brasil e Meio Ambiente

MEIO AMBIENTE: No dia que Bolsonaro acusa ONG’s, entidades da sociedade civil e PT eviam carta a ONU denunciando a destruição do meio ambiente no Brasil

Petistas reforçam na missiva encaminhada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que o presidente brasileiro mente descaradamente em seus discursos proferidos no âmbito da entidade que congrega os países do mundo

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Nações Unidas em destaque nesta quarta-feira

( Publicada originalmente às 20h00 do dia 30/09/2020) 

(Brasília-DF, 01/10/2.020) Entidades da sociedade civil, movimentos sociais e várias instâncias do Partido dos Trabalhadores (PT) entregaram nesta quarta-feira, 30, na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Brasília, uma carta aberta endereçada ao secretário-geral da instituição, António Guterres, em que repudiam o desmatamento e as queimadas no Brasil e denunciam o que chamam de mentiras proferidas pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) na abertura da 75ª assembleia geral da entidade, realizada no último dia 22 de setembro. Interessante é que essa divulgação se dá no dia em que o Presidente Jair Bolsonaro, falando sobre biodiversidade prefere falar de economia e acusa Organizações Não-Governamentais de cometerem crimes ambientais.

A carta revela ao dirigente da ONU, segundo os petistas, a verdadeira situação do Brasil em relação à expansão descontrolada da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que já matou até esta quarta quase 144 mil brasileiros. De acordo com a missiva, a destruição do meio ambiente, os ataques aos povos originários, principalmente os povos indígenas, a explosão de mazelas sociais como a fome e o desemprego, além do crescimento de violações aos direitos humanos é uma constante das políticas do governo brasileiro.

“Nós, que assinamos esta carta, brasileiras e brasileiros, representantes de entidades diversas, de comunidades, temos orgulho de enfrentar, honestamente, a dura lida para sobreviver dignamente num dos países de maior desigualdade em todo o mundo. E nessa lida diária, seja no trabalho, ou na busca do trabalho, que se faz cada vez mais escasso, para sustentar a nós e a nossas famílias, nos comportamos com honradez”, diz o início da carta.

“Até pouco tempo atrás, andávamos de cabeça erguida, orgulhosos de sermos filhos de uma nação soberana e respeitada por seu combate à pobreza, à desigualdade, à injustiça. No entanto, na terça-feira, 22 de setembro em curso, assistindo, pelas redes sociais, ao discurso com que o Senhor Jair Messias Bolsonaro, ora presidente do Brasil, abriu a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU, esse orgulho cedeu lugar a uma enorme vergonha”, seguem os signatários do documento entregue a ONU.

“Para nós, foi difícil acreditar que ele, representante de nosso país naquela assembleia pudesse, com tanta desenvoltura, fazer um discurso agredindo, frontal e despudoradamente, a verdade sobre o que realmente está acontecendo no Brasil, perante mandatários de todo o mundo, como se o caos que seu governo provocou e vem provocando fosse algo desconhecido. Assim, nós nos sentimos na obrigação de, respeitosamente, desvendar a dolorosa realidade, escondida sob um discurso delirante, de um País que já foi exemplo de diplomacia pela paz e pela solidariedade entre os povos, a essa instituição e, por meio dela, a todos os representantes das nações presentes”, completa a missiva

“E, antes de qualquer retificação do que ali foi dito, enviamos, por seu intermédio, nossa mensagem de desculpas a todos os países presentes, assim como queremos fazer ecoar, na ONU, nosso pedido para que o mundo civilizado e solidário nos ajude a combater a tragédia que se abate sobre nosso meio ambiente, sobre nossos direitos, nossa soberania, nosso patrimônio coletivo, sobre nossas vidas, nossa gente, enfim. Não vamos, aqui, repetir as palavras tão irresponsavelmente ditas. Queremos, apenas e a bem da verdade, por mais que isso nos entristeça e nos cause constrangimento, mostrar como nosso povo hoje vive, sob o governo Bolsonaro/Mourão e um parlamento que vem representando os interesses de 1% da população, se tanto”, finalizam os petistas e representantes de 20 organizações sociais.

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)