NOVO PODER: Bolsonaro se aproxima ainda mais do "centrão" ao indicar novos vice-líderes na Câmara
Presidente da República dispensou nove parlamentares aliados e eleitos junto com ele nas eleições de 2.018 defendendo a bandeira da "nova política" contra a "velha política" encarnada, pelos bolsonaristas mais radicais, no "centrão" agora aliado
( Publicada originalmente às 15h33 do dia 30/09/2020)
(Brasília-DF, 01/10/2.020) O presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), num gesto que aponta para cada vez mais sua aproximação como o núcleo de partidos conhecidos como "centrão", indicou nesta quarta-feira, 30, novos dez vice-líderes para atuar em conjunto com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) na defesa dos interesses do seu governo nas pautas de projetos em debate e em tramitação na Câmara dos Deputados.
Para efetivar a mudança, o presidente brasileiro dispensou nove parlamentares aliados e eleitos junto com ele nas eleições de 2.018 que até então defendiam a bandeira da "nova política" contra a "velha política" encarnada, assim dita pelos bolsonaristas mais radicais, no "centrão" agora aliado. Perderam a vaga de vice-líderes os deputados Aline Sleutjes (PSL-PR), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Caroline de Toni (PSL-SC), Coronel Armando (PSL-SC), Diego Garcia (PODE-PR), Eros Biondini (PROS-MG) e Guilherme Derrite (PP-SP).
Assumiram os cargos de vice-líderes os deputados Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), Carla Dickson (PROS-RN), Giovani Cherini (PL-RS), Greyce Elias (Avante-MG), Gustinho Ribeiro (Solidariedade-SE), Joaquim Passarinho (PSD-PA), Lúcio Mosquini (MDB-RO), Luiz Lima (PSL-RJ), Marreca Filho (Patriotas-MA) e Paulo Azi (DEM-BA). Os deputados Aluísio Mendes (PSC-MA), Evair Vieira de Melo (PP-ES) e José Medeiros (Podemos-MT) que já eram vice-líderes, foram mantidos.
Congresso
As mudanças nos vice-líderes do governo também aconteceram no âmbito do Congresso Nacional, que envolve a articulação política nas duas Casas que formam o
Poder Legislativo. No Congresso, Bolsonaro dispensou os serviços dos deputados Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO), Daniel Silveira (PSL-RJ), José Rocha (PL-BA) e Otoni de Paula (PSC-RJ).
No lugar destes quatro que estavam nestes postos desde o início do governo Bolsonaro, foram chamados Marcos Rogério (DEM-RO), Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Marcio Bittar (MDB-AC) e Sérgio Petecão (PSD-AC).
Repercussão
Veja abaixo o que falaram os que assumiram a função e os que deixaram o posto.
"Hoje, em café da manhã no Palácio do Planalto, fui indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para ser um dos [novos] vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados. A indicação reforça a confiança do presidente no meu trabalho pela base do governo e a minha lealdade", comentou o pesselista carioca, Luiz Lima.
"Há três semanas, quando Ricardo Barros assumiu a liderança do governo na Câmara, fomos avisados que a premissa de escolha das vice-lideranças ia mudar. A partir daí, nós ganhamos o apoio de alguns partidos à base do governo. Obrigada", se pronunciou a agora ex-vice-líder governista Carla Zambelli.
"Hoje recebo a missão de ser vice líder do governo Bolsonaro, com indicação dos 42 colegas do Partido Liberal. Como um dos vice-líderes do governo Bolsonaro, quero trabalhar com lealdade e fidelidade ao Brasil e ao governo. Vamos avançar na saúde preventiva e em outras áreas. Quero agradecer ao presidente pela oportunidade", se manifestou o liberal gaúcho Cherini.
"Fui indicado pelo presidente Jair Bolsonaro como vice-líder do governo na Câmara. Agradeço o convite do líder, deputado Ricardo Barros. Ajudarei na articulação para aprovação de matérias importantes para o país e quero também colaborar para a manutenção da boa relação entre os poderes", agradeceu o parlamentar sergipano do Solidariedade.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)