31 de julho de 2025
Brasil e Saúde

AGORA VALENDO: Após quatro meses como ministro interino da Saúde, general Pazuello é efetivado; governador de SP, Dória, elogia decisão de Bolsonaro

Aliados do presidente comemoraram e opositores acusaram a efetivação de ser um descaso com a saúde pública; em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a defender uso da cloroquina para o tratamento contra a covid-19

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( Publicada originalmente às 20h 05 do dia 16/09/2020) 

(Brasília-DF, 17/09/2.020) Após quatro meses como ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello foi efetivado nesta quarta-feira, 16, como o titular da pasta responsável pela organização das políticas públicas do setor. Ausente na cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o governador de São Paulo (SP), João Dória Jr. (PSDB), que tem feito inúmeras críticas a condução do governo federal, elogiou por meio de suas redes sociais a decisão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) em efetivar Pazuello no cargo.

Já os aliados do presidente comemoraram a decisão que fará com que o general continue a frente do Ministério da Saúde. Já os opositores acusaram a efetivação de Pazuello ser um descaso com a saúde pública. Um dos pontos de destaque da cerimônia foi o fato do presidente Bolsonaro voltar a defender uso do medicamento hidroxicloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus (covid-19) que jpa matou mais de 134 mil brasileiros. O uso do remédio foi um dos motivos que levou os ex-ministros da pasta, Henrique Mandetta e Nelson Teich, serem demitidos. Ambos, como médicos, não avalizavam o medicamento como forma de tratamento a doença.

Na oportunidade, Bolsonaro destacou que se o Ministério da Saúde tivesse avalizado o uso da cloroquina para enfrentar a gripe causada pela síndrome respiratória grave (Sars-Cov-2), 30% das mortes ocorridas no país, cerca de 40,2 mil óbitos, teriam sido evitadas. O presidente brasileiro aproveitou a efetivação de Pazuello para destacar a importância das medidas adotadas pelo Ministério da Economia no combate as consequências causadas pela pandemia. Assim como aproveitou para criticar as medidas de restrição na circulação de pessoas adotadas pelos governos estaduais e municipais, e a continuidade de fechamento das escolas no país.

“Eu confesso que é menos complicado ser presidente da República do que ministro da Saúde. Sua responsabilidade [Pazuello] é enorme, e quero agradecer por você ter aceito esse desafio. [Lá atrás], naquele momento, onde fui duramente criticado, que tínhamos dois problemas pela frente, vírus e desemprego, e que ambos deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade e de forma simultânea. Quero cumprimentar a equipe econômica, desse ministro Paulo Guedes, que tomou uma série de medidas para conter os empregos no Brasil”, falou Bolsonaro.

Bolsonaro dá posse a Pazuello 

“Somos o país com o maior número de dias de lockdown [fechamento] nas escolas. Isso é um absurdo! [...] Nada mais justo, nada mais sagrado que um médico, na ponta da linha, decidir o que vai aplicar no paciente, na ausência de um remédio com comprovação científica”, completou o presidente.

Fala do ministro

Em seu pronunciamento, o primeiro como ministro, de fato, da Saúde, Pazuello não repreendeu o chefe com relação ao uso corriqueiro da cloroquina, mas reforçou que estão em andamento estudos para adoção do “kit covid” no enfrentamento ao coronavírus, incluindo a cloroquina. Segundo ele, a melhor prática adotada pelo Ministério, desde quando assumiu como interino, no combate à doença foi adotar o tratamento precoce e pôr fim ao protocolo que recomendava, até então, milhares de brasileiros ficarem em casa, quando diagnosticado os primeiros sintomas.

“Literalmente, tivemos que trocar a roda do carro andando. A responsabilidade era enorme e tivemos a liberdade total para implementarmos as medidas que eram necessárias. Mais forte a salientar foi a união e a solidariedade de todo o povo brasileiro, mostrando o valor de nossa nação, onde empresários, cidadãos e entidades das mais diversas se mobilizaram e continuam mobilizados na certeza de que, juntos, estamos vencendo essa guerra. Conseguimos alcançar situação de estabilidade. No Norte e Nordeste, os números estão entrando em declínio e as pessoas estão voltando às atividades normais”, discursou Pazuello.

“Em um primeiro momento, acreditavam que a melhor conduta era ficar em casa, aguardando a melhora dos sintomas e somente procurar atendimento médico em caso de falta de ar. Nós vimos que não era o melhor remédio o ‘fica em casa, esperando falta de ar’. O aprendizado nos mostrou que quanto mais cedo atendermos os pacientes, melhores são suas chances de recuperação. O tratamento precoce salva vidas. O aprendizado ao longo da pandemia mostrou que quanto mais cedo atendermos os pacientes, melhor a chance de recuperação. Por isso, temos falado dia após dia, ‘não fique em casa’, receba o diagnóstico clínico do médico. Receba o tratamento precoce”, complementou o ministro, agora titular, da Saúde.

Davi Alcolumbre foi "prestigiar" posse de Pazuello 

Repercussão

Veja abaixo como se manifestaram os apoiadores e críticos do governo Bolsonaro a efetivação do general Pazuello no Ministério da Saúde.

“Cumprimento a decisão do presidente Jair Bolsonaro de efetivar o general Pazuello como novo ministro da Saúde do Brasil. Uma decisão correta. Pazuello tem tido uma postura republicana e aberta ao diálogo. Que ele possa continuar a ajudar nosso país a superar a pandemia”, comentou o tucano paulista João Dória Jr.

“Ainda em Brasília, participei da posse do general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde. Parabenizo o presidente Jair Bolsonaro pela efetivação do general. Pazuello contribuiu muito com nosso estado durante a pandemia e conhece bem a complexidade logística e as peculiaridades do Amazonas. Sucesso, general!”, emendou o governador amazonense, Wilson Lima (PSC).

“A oficialização de Pazuello na Saúde é reconhecimento do trabalho desempenhado. A gestão calou os críticos que o acusaram de não conhecer os problemas do setor. Desejo uma gestão de êxito, com o cumprimento da missão de cuidar dos brasileiros e pulso firme no controle das contas”, avaliou a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF).

“Na posse oficial do então interino, agora ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O parabenizo pelo merecido reconhecimento de seu nada fácil trabalho. Que Deus siga o guiando na sua jornada!”, desejou o deputado Daniel Freitas (PSL-SC).

“Participando agora da posse do novo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele usou sua experiência de logística e manteve as ações de apoio aos estados e municípios, determinadas pelo presidente Jair Bolsonaro, no combate ao coronavírus. Desejo sucesso no comando da pasta. Parabéns!”, completou o também ministro das Comunicações, o deputado federal potiguar licenciado Fábio Faria (PSD).

“Bolsonaro disse que não é ‘palpiteiro’ agora durante a posse de Pazuello. Sei de outras palavras que poderiam defini-lo: genocida, negacionista, hipócrita e irresponsável”, acusou a ex-líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchiona (RS).

“Queremos saber de Pazuello os motivos do Ministério da Saúde ter mudado as regras [da] portaria de atendimento as mulheres vítimas de estupro!”, questionou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE).

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)