Como explicar a República?!

(Brasília-DF) Desde 2013, os 15 de novembro têm sido marcados por eventos, nada improváveis ou eventuais, em que somos provocados a questionar a “coisa pública”. 

Naquele ano, parte da cúpula do PT foi presa no cumprimento do julgamento do Mensalão. A prisão do ex-guerrilheiro José Genoíno, nascido na sertaneja Quixeramobim(CE), colocou os nordestinos no centro do começo desse período.  Vieram outros Dia da República para amargar.

Em 15 de novembro de 2014, para espanto de muitos, parte da plutocracia brasileira foi presa naquela data por conta da Operação Lava Jato, alguns milionários e bilionários foram visitar Curitiba(PR) a contragosto. Foi preso um notório diretor da Petrobras que por anos foi visto como homem de José Dirceu na mais importante empresa brasileira, cara do Estado Desenvolvimentista” montado por 10 anos no País.  A Presidenta Dilma Rousseff tinha acabado de ser reeleita e manifestantes aproveitaram aquela data para pedir o seu Impeachment.

Em 15 de novembro de 2015, o Mundo se assustava com os atentados em Paris, realizados por apoiadores do Estado Islâmico, mas aqui no Brasil tivemos mais manifestações pelo Impeachment da então presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Logo depois, ainda em novembro, tivemos a prisão, em flagrante, do então senador Delcídio Amaral(PT-MS). Um abalo, pois era a primeira vez que um senador da República era preso na democracia.

Este 15 de novembro de 2016 ainda não chegara quando escrevi essas mal-traçadas. Começamos o final de semana do Dia da República do ano 16 com a notícia de que o ex-presidente Lula, que terminou seu mandato em 2014 como um dos chefes de Estado mais admirados do Mundo entregando o Brasil com um crescimento econômico próximo da então assustadora China – teria recebido milhões em espécie da Oderbrecht. É bom se ressaltar que o País está a espera da confirmação, e pleno dado a conhecer, da delação premiada de dezenas de executivos da famosa empresa baiana e de seu ex-presidente, preso em Curitiba(PR), Marcelo Oderbrecht.

Muitos duvidam que todos os 15 de novembro, de agora em diante, serão datas para amargar como os poderosos se apropriam do Estado que deveria se de todos.  Os aliados dos que apoiavam, intransigentemente, os 12 anos de governos petistas dizem que não. Aquilo tudo foi episódico e serviu para colocar por terra um projeto de poder. O tempo dirá, porém vemos os novos poderosos serem questionados tanto quanto. 

Neste momento, coloca-se às luzes sobre um possível acordão para descriminalizar o caixa dois das campanhas eleitorais e permitir que este modelo capenga de democracia que temos ganhe uma sobrevida em nome da mínima governabilidade.  Argumenta-se, entredentes, os mais ruborizáveis – que se tiver que ser para valer não teríamos classe política profissional. Ficariam os jejunos, os despreparados.  A Operação Lava Jato, para alguns que a observam de perto, com a lupa da comparação, vêm que nada foi realizado no Planeta na mesma medida.

A Opinião Pública, se consultada, dirá, certamente, que não se deve dar trégua. A racionalidade, não só o combate a corrupção, é outro grande problema da democracia. Basta ver as recentes decisões democráticas no Planeta, como o Brexit, o resultado do referendo na Colômbia e as eleições estadunidenses que elegeram Donaldo Trump.

Nas podemos esquecer como nasceu nossa República, quase envergonhada! Não é nada fácil explicar o que é isso para os mais jovens, heim?!

Boa semana a todos!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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