Nordeste e economia

ESPECIAL DE FIM DE SEMANA : “A economia nas mãos de Dilma vai falecer”, diz José Agripino

O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência internacional de classificação de risco Standard&Poor´s (S&P), para ele desestimulante aos investidores estrangeiros

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Presidente do DEM não crê que Nelson Barbosa encontre o caminho do crescimento

(Brasília-DF, 19/02/2016) “Lamentavelmente, a economia, nas mãos de Dilma, vai falecer. Vai só cair. O governo não tem capacidade de reação. Nada vai acontecer pelas mãos do atual governo. Portanto, ele é incapaz de produzir uma retomada do crescimento da economia.” Assim o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), avaliou a situação econômica, com exclusividade para a Política Real, -- vale destacar -- antes de o Governo Federal anunciar as medidas de corte no Orçamento, nesta sexta-feira, 19.

Ele afirmou que ficou mais descrente ainda com o rebaixamento de classificação de risco da Standard&Poor’s (S&P) nesta semana. A agência que é usada como referência para os investidores estrangeiros aplicarem recursos no Brasil, que foi cotado em um nível, passando de BB+ para BB. O que se traduz em perspectiva de queda. 

José Agripino explica que essa demonstração de fraqueza da economia brasileira, perante investidores estrangeiros, é consequência da atitude do governo federal que não conseguiu dar um passo no rumo do ajustamento fiscal. Segundo ele, os déficits continuam maiores do que eram porque “o governo foi incapaz de tomar providências e não tem suporte político parlamentar no Congresso”.

Municípios no "cemitério"

Política Real quis saber se o parlamentar do Rio Grande do Norte, concorda com a afirmação de um deputado de oposição que disse: “Os governos estaduais estão na UTI e os municípios, no cemitério.” José Agripino afirmou que a economia do País se reflete na arrecadação de estados e municípios.

“O que o deputado lhe falou é a expressão da realidade, é o que está havendo. Como está havendo recessão, encolhimento de PIB um atrás do outro, queda na transferência do Fundo de Participação de estados e municípios. E queda na arrecadação dos tributos estaduais que são ICMs e de tributos municipais. A recessão não é nacional. A recessão é do Brasil inteiro, ou seja, unidades federadas, os estados e municípios”, enfatizou José Agripino.

Olhando no retrovisor, na era do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o país viveu momentos de estabilidade e entrou em vertiginosa queda mesmo após a chamada “crise mundial” ter passado e provocado a “marolinha”,  -- cujo tamanho era bem maior -- para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Mantega não admitia e sempre declarava em empolado economês, nas coletivas à imprensa, que havia luz no fim do túnel. Mas a luz não ficou muito clara suficiente para que se enxergasse uma retomada de crescimento. Muito pelo contrário, segundo vários economistas.

Mais tarde, o ministro da Fazenda Joaquim Levy – hoje na diretoria do Banco Mundial (Bird) -- foi, praticamente, alijado do cargo, por não ser aceito pelos petistas mais próximos ao “ex-núcleo” duro do poder. Sucumbiu Levy, contrariando o atual ministro Nelson Barbosa em diversas vezes – diga-se de passagem atual “assessor para assuntos econômicos” da presidente Dilma Rousseff.

Petismo 1 e 2

José Agripino vai direto ao que, para ele, é o cerne da questão: o “petismo”. “O problema é o 'petismo'. Levy caiu porque não conseguiu suplantar o petismo. O petismo é estatizante, quer que o estado seja paternalista e Nelson Barbosa não tem suporte parlamentar e nem a cabeça da presidente da República para dar ele a condição de fazer aquilo que é preciso para fazer o ajuste fiscal, as reformas estruturais da Previdência, sindical, trabalhista e política”.

O senador oposicionista classifica ainda que há o “Petismo 1” e o “Petismo 2”. Ambos protagonizam conflito permanente entre si, impedindo o Governo Federal de apresentar propostas de reformas com a unanimidade de apoios.

“E em função da falta dessa unanimidade sem condições para negociar com a oposição. Por essa razão que Nelson Barbosa, lamentavelmente não vai chegar a lugar nenhum porque ele é ministro de Dilma e Dilma perdeu a condição de governar”, complementou José Agripino.

(Por Maurício Nogueira, para Agência Política Real, com edição de Maurício Nogueira)