Sobre os vencedores e vencidos de 2015

(Brasília-DF) Fim de ano é tempo de avaliações e balanços. Essa é a regra. Não resta dúvida que tivemos um ano atípico, uma Chefe do Executivo que foi humilhada em vários momentos, um Legislativo que teve uma papel único nos últimos 25 anos, uma recessão inédita e um Judiciário supervalorizado.

Porém, cabe aqui uma avaliação sobre como estavam os vencedores e derrotados ao final de 2014 e agora no final de 2015.

Vamos ao Nordeste.  No Maranhão, Flávio Dino começou como o grande vencedor e se imaginava que após o flagra de José Sarney votando em Aécio Neves com direito a reeleição de Dilma Rousseff, o “Dono do Maranhão” iria para o fundo do baú ou para o lixo da história. Negativo, Sarney está fortíssimo, mesmo sem ser mais senador, face a força que o Senado ganhou no processo do Impeachment além de ser um dos grandes eleitores na eleição para o comando do PMDB, em março.

No Piauí, W. Dias continua imbatível, mas o PMDB ganhou novo peso, após ser derrotado por ele na eleição para o Governo do Estado com a assunção de Marcelo Castro para um dos mais importantes ministérios da República. Se se sair bem e se Dilma for até o final do mandato, ele terá, e dará, novo status no PMDB naquele Estado.

No Ceará, Eunício Oliveira foi derrotado pelo favorito dos Ferreira Gomes, o então desconhecido Camilo Santana. Agora, Eunício é destacado membro do grupo de senadores que afiançam Dilma Rousseff e caminha para ser o próximo presidente do Senado Federal tutelando os próximos anos do Governo Dilma.

No Rio Grande do Norte, Robinson Faria derrotou Henrique Alves, porém aquele rompeu com sua fiadora no processo eleitoral daquele ano, a senadora Fátima Bezerra, que tende a se recompor com Henrique Alves, ministro de Dilma Rousseff e que tem força tanto no PMDB do contra como no PMDB do pró! Os Alves têm votos na esperada e polêmica eleição para o comando nacional do PMDB.

Na Paraíba, Cássio Cunha Lima foi derrotado por Ricardo Coutinho que continua protagonista, inclusive em seu partido o PSB - consegue sobreviver com seu governo mesmo com grande crise econômica nacional. Cássio Cunha Lima continua líder do PSDB no Senado e se Aécio Neves conseguir nova eleição no Tribunal Superior Eleitoral será um dos generais tucanos. Continua vivo, mas terá um 2016 difícil.

Em Pernambuco, Paulo Câmara dá mostras de que precisava que Eduardo Campos ainda estivesse vivo para lhe dar alguns conselhos. Não sabe ainda o que vai fazer e seu Pernambuco vive dias difíceis, não é só por conta dos estragos do Aedes aegypti. Armando Monteiro Neto, se o crescimento voltar, poderá ganhar muitos pontos, mas ainda nada conseguiu.

Em Alagoas, Renan Filho talvez seja dos novos governadores o que mais avança. Não resta dúvida que seu adversários no pleito de 14 nada fazem para contraditá-lo. Os Lira, Benedito e Arthur, mais se defendem que qualquer coisa, mas ganharam fôlego com mais espaço no Governo Federal, estão vivos

No Sergipe, vemos Jackson Barreto tentando não deixar o barco adornar na borrasca, mas seu grande adversário do passado, João Alves, pouco pode fazer, também. O senador Eduardo Amorin tem a missão de contar o que está errado, mas pouco mais tem que isso.

A Bahia vive grandes dificuldades. A economia arrasta a popularidade de Rui Costa, que tem a seu favor um Jacques Wagner na Casa Civil que é garantia de que voltando tempos bons, fôlego terá.  ACM Neto dá show de governo em Salvador, mas isso não é tudo e o PMDB dos Vieira Lima ainda são uma grande incógnita.

Vencedores e vencidos.  A democracia e sua dinâmica ainda encantam apesar de seu grande mal moderno, a dilema da corrupção. 

Bom 2016 a todos!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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