Dilma ganha fôlego, mas PMDB continua jogando firme
Ufa! Não foi fácil, como não foi nada fácil o ano. Cada um desses episódios caberia uma cuidado único. Em quase todos esses episódios existem personagens vindos da vida pública nordestina que foram importantes, num ou noutro momento.
(Brasília-DF) Uma semana que foi a cara do ano de 2015. A mil por hora.... Começamos, na terça-feira,15, não por acaso o número do PMDB – com uma nova fase da Operação Lava Jato, denominada de “Catilinárias” , fazendo um vareio na cúpula do maior partido do Brasil. Pela primeira vez na história, se fez uma batida policial na residência oficial da Presidência da Câmara Federal.
Na quarta-feira, 16, pela manhã a Executiva do PMDB se reúne e muda as regras de filiações para barrar apoios ao deputado Leonardo Picciani(PMDB-RJ) voltar ao comando do partido na Câmara Federal. Na teve jeito, Picciani voltou ao posto. No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal(STF) decidiu legitimar o processo de Impeachment, porém levou tudo nesta seara a estaca zero. Anulando decisões da Câmara Federal e dando ao Senado Federal um papel maior ao que tinha se visto em processos anteriores de impeachment. Ainda na quarta-feira, pela primeira vez na história o Ministério Público Federal(MPF) pediu o afastamento tanto do deputado Eduardo Cunha tanto do mandato de deputado federal como do cargo de Presidente da Câmara Federal.
Na quinta-feira,17, a Comissão Mista de Orçamento(CMO) aprovou o Orçamento 2016(LOA), o mesmo se viu com as votações confirmadas da Lei de Diretrizes Orçamentárias(LDO) e da LOA no Plenário do Congresso Nacional. Pouco gente acreditava que isso fosse possível. A meta fiscal foi aprovada com superávit de 0,5% do PIB, uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que se desejava uma meta de 0,7%. Na verdade, esse número só foi possível pois a Oposição apoiou o Governo a manter o Bolsa Família. Em verdade, foi aprovado uma Orçamento maluco, com previsão de receitas que ainda não apresentam garantia nenhuma de realização. Bilhões de reais referentes à entrada de recursos vindo do estrangeiro e a cobrança de uma CPMF que ainda não existe!
Para completar, a agência de risco Fitch rebaixou o Brasil. No início da discussão sobre Orçamento, ainda no início de agosto, a Standard and Poor’s(SP) já tinha nos rebaixado. Agora, mais uma, no final da discussão Orçamento 2016. Nas duas vezes, o ministro Levy foi humilhado. Terminamos a semana com a saída do então titular da Fazenda e a chegada do então ministro do Planejamento, Nélson Barbosa, ao posto. Desde o início do ano, quando das primeiras idas e vindas com vista à apresentação do Ajuste Fiscal, já se especulava que isso fosse possível. Barbosa no lugar de Levy.
Ufa! Não foi fácil, como não foi nada fácil o ano. Cada um desses episódios caberia uma cuidado único. Em quase todos esses episódios existem personagens vindos da vida pública nordestina que foram importantes, num ou noutro momento. Talvez na questão do STF e da mudança de comando na Fazenda não tenhamos nordestinos importantes. No Supremo, como já disse uma vez o senador baiano Walter Pinheiro(PT-BA), faltam nordestinos. Muitos cariocas e paulistas. Na Fazenda e no Planejamento esse é um problema antigo. Os últimos importantes nessa área vindos da região foram Maílson da Nobrega e Everardo Maciel.
De fato, terminamos quase tudo no ano, não teremos grandes movimentos até o apagar de luzes de 2015. O que podemos dizer é que Dilma Rousseff ganhou um fôlego, mas quem continua forte, mesmo, é o PMDB! Não se sabe até quando!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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