Sarney salvou, agora poderá ser Renan
Hoje, depois da largada do processo do impeachment caminhamos para ver outro nordestino, agora um alagoano, com amplas condições de salvar outro chefe de Estado filiado ao Partido dos Trabalhadores, a Presidenta Dilma Rousseff.
(Brasília-DF) Em 2005, o ex-presidente José Sarney, então Presidente do Senado e do Congresso Nacional, foi fundamental para que o impeachment do Presidente Lula não seguisse adiante face ao escândalo do Mensalão.
Este movimento é tão célebre para Lula, que ao final de seus 8 anos de mandato o único não petista a lhe acompanhar na viagem de volta a São Bernardo do Campo (SP) foi exatamente José Sarney.
Hoje, depois da largada do processo do impeachment caminhamos para ver outro nordestino, agora um alagoano, com amplas condições de salvar outro chefe de Estado filiado ao Partido dos Trabalhadores, a Presidenta Dilma Rousseff.
Pelo que se sabe do encaminhamento de respostas dos Poderes e do Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal, atendendo ao ministro Luiz Fachin que suspendeu o processo de impeachment que tramitava na Câmara Federal qual deverá ter mais um capítulo na quarta-feira, 16 de dezembro, o Senado Federal tende a ser fundamental não só para julgar a Presidenta Dilma, mas até negar o que poderá ser aprovado pelo Plenário da Câmara Federal confirmando-se a admissibilidade do procedimento de impedimento.
Diferente dos que esperavam aqueles que viram tanta agilidade no processo que levou ao impeachment do ex-presidente Collor de Melo. A Constituição Federal de 1988, em vigor na época da saída de Collor, não tinha sido demanda para que recebesse a Lei do Impeachment de 1.950.
Há questionamentos, mas poderá ser, sim, um nordestino com explicações a dar, também, na Operação Lava Jato que salvará este Governo mal avaliado e que teima em afirmar que não cometeu crime de responsabilidade.
Tudo indica que além de Renan Calheiros está a lhe dar suporte, pois visto como eventual substituto do alagoano a partir de fevereiro de 2017 no comando do Senado - o senador cearense Eunício Oliveira, também do PMDB.
O PMDB algoz, também é o PMDB da redenção dos petistas. Dois lados da mesma moeda. O PMDB de uma no ferro e outra na ferradura ganha mais uma degrau nesse escadario.
Enquanto Michel Temer se qualifica para ser um substituto eventual com a saída de Dilma, o mesmo PMDB que ele presidente se apresenta com a garantia de uma disputa democrática justa, visto que a forma como o processo foi lançado, pelas mãos sujas do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que claramente conspurcou uma prerrogativa constitucional daqueles que vêm indicativos de crime de responsabilidade.
O PT e os mais próximos insistem em falar em golpe, mas o impeachment existe na Constituição e é algo essencialmente político. Os que são favoráveis ao impedimento e vêm a estratégia do Presidente do Senado de trabalhar para impedir a sequência do processo também podem chamar isso de golpe! É quando o discurso quer ser mais importante que o conteúdo.
De fato, vemos que os nordestinos, novamente, são os grandes jogadores da política brasileira.
Se essa gente soubesse fazer o povo nordestinos melhorar de vida como são hábeis para salvar poderosos era capaz do sertão virar mar!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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